No aniversário da cidade, lembre canções que são tão tradicionais que já formam o DNA da Capital gaúcha
Nesta quarta-feira, dia 26, Porto Alegre celebra 253 anos. Para comemorar, o Correio do Povo separou algumas canções que entre os acordes, melodias, harmonias e ritmos formam o DNA do gaúcho que mora na Capital.
As estrofes de “Porto Alegre É Demais!”, da ex-primeira dama, Isabela Fogaça, evocam um sentimento que só quem vive entende: “Porto Alegre é que tem um jeito legal, é lá que as gurias etc… e tal. Nas manhãs de domingo, esperando o Gre-Nal, passear pelo Brique num alto astral”.
Para a cantora desse hino informal: “Amar Porto Alegre não é difícil. Esta cidade que nos encanta com a sua arborização, que nos encanta com o povo, com as pessoas que nela vive e que são especiais. Até o jeito de falar Porto Alegre é especial. Então, eu digo a vocês com muita propriedade que Porto Alegre sim é demais.”
Entre tantas músicas, “Horizontes”, composta por Flávio Bicca Rocha, e gravada por Elaine Geissler, se destaca pelo tom emocional e temática da ditadura militar. Ela foi criada para a trilha do musical - muito porto alegrense - “Bailei na Curva”, e desde 1983 embala os palcos em que o espetáculo passa: “Há muito tempo que ando nas ruas de um porto não muito alegre e que no entanto me traz encantos e um pôr-de-Sol me traduz em versos”;
O hino de Kleiton & Kledir “Deu Pra Ti” é considerado um clássico, e cita locais importantes para a cidade, como o Parque Farroupilha e o estádio Beira Rio. “Deu pra ti baixo astral, vou pra Porto Alegre. Tchau!”. Em depoimento para a matéria, os músicos comentaram sobre a saudade da cidade, “Cada ano que chega a data de comemoração do aniversário de Porto Alegre, sempre, sempre, sempre dá muita saudade e muitas lembranças vem à memória e mesmo morando distante, como nós moramos há muitos anos no Rio de Janeiro, a gente sempre deseja que Porto Alegre ocupe um lugar no mundo inteiro, que ela merece, como centro cultural, centro de educação, como o centro que preserva os seus costumes, onde tem um povo maravilhoso, amigo, receptivo e super preparado para as novidades que surgem no mundo”.
E quando o assunto é referências porto alegrenses, a parceria entre Nei Lisboa e Hique Gomez, “Berlim - Bom Fim” , conta até com espaços que já deixaram de existir, como o Bar do João, em outro trecho menciona o Muro da Mauá e o tradicional bar Ocidente, que completa 45 anos de existência este ano: “E depois da meia-noite, a fauna ensandecida do Ocidente”.
Nos ritmos alternativos de “Amigo Punk”, composta por Frank Jorge e Marcelo Birck, em 1995, a nostalgia é certeira, com menções a um caminho muito percorrido por qualquer habitante da capital: da Avenida Osvaldo Aranha ao Parque Farroupilha, “Amigo punk, escute este meu desabafo, que a esta altura da manhã já não importa o nosso bafo. Pega a chinoca, monta no cavalo e desbrava esta coxilha, atravessa a Osvaldo Aranha e entra no Parque Farroupilha”.
“Ramilonga”, de Vitor Ramil, não pode faltar na playlist da vida em Porto já que a música cita diversos bairros da cidade: “Sobrevôo os telhados da Bela Vista, na Chácara das Pedras vou me perder, noites no Rio Branco, tardes no Bom Fim”, canta o compositor natural de Pelotas. Em outra parte remete a Praça XV e ao Guaíba, “O tango dos guarda-chuvas na Praça XV confere elegância ao passo da multidão triste lambe-lambe, aquém e além do tempo Do alto da torre a água do rio é limpa Guaíba deserto, barcos que não estão ares de milonga vão e me carregam”.
Humberto Gessinger, que é figura carimbada pelas ruas e é sempre visto andando por aí, também já homenageou a cidade em que nasceu na música “Por Acaso”, da sua banda Engenheiros do Hawaii: “Da janela do avião eu vejo Porto Alegre vejo o futuro em flash-back. Meu pai, minha filha, nossa casa. Da janela do avião eu vejo por acaso, o nosso caminho, Moinhos de Vento, Glória, Independência, a nossa Redenção. Vejo da janela do avião”.
Essa pequena mostra de músicas traz entre tantas canções, linda homenagens à Capital, marcando gerações e épocas, contando uma parte da história da cidade.
Correio do Povo
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