Governador gaúcho também comentou sobre encontro da cúpula do PSDB e espera uma decisão sobre o futuro do partido para até o final de abril
Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) se pronunciou pela primeira vez, após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que tornou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sete aliados réus por suposta tentativa de golpe de Estado, sobre o caso. A Primeira Turma da Suprema Corte aceitou por unanimidade a admissibilidade da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
“(O processo corre) dentro das regras que a nossa Constituição pressupõe: uma investigação feita pela Polícia Federal, uma denúncia oferecida pelo Ministério Público e uma Suprema Corte que faz a análise desses fatos, admite, a partir dos julgamentos, que merece uma análise essa ação, e agora vai transcorrer com as produções de provas, as oitivas de testemunhas, dentro do devido processo legal”, afirmou o governador ao Correio do Povo.
“A democracia brasileira está funcionando, com as suas instituições, e vai ter o transcurso. Como tenho dito: eu respeito todas as instituições. São as mesmas que ofereceram, a partir de inquérito, denúncia e condenaram o atual presidente, o Lula (PT), lá atrás, na (Operação) Lava Jato, no Mensalão, nos episódios todos que nós observamos, e que muitos daqueles que são partidários do ex-presidente Bolsonaro, justamente a partir das decisões dessas mesmas instituições, atacam o atual presidente”, completou.
Igualando Lula e Bolsonaro como dois presidentes que conviveram e convivem com problemas na Justiça, Leite aproveitou para elogiar seu correligionário Fernando Henrique Cardoso, tucano que presidiu o país entre 1995 e 2002.
“Eu fico especialmente honrado em estar em um partido cujo o ex-presidente que nós temos é o único eleito do período democrático que não sofreu impeachment e nenhum processo criminal na Suprema Corte, o que mostra que pregamos um caminho diferente para o Brasil.”
PSDB cuja cúpula se reuniu em Brasília, na terça-feira, enquanto a primeira parte do julgamento de Bolsonaro ocorria no STF. O encontro teve, além de Leite e do secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos, as presenças do presidente nacional do partido, Marconi Perillo, do senador Plínio Valério (AM), do líder da legenda na Câmara dos Deputados, Adolfo Viana (BA), dos ex-governadores Reinaldo Azambuja (MS), Beto Richa (PR) e Aécio Neves (MG), e do atual governador Eduardo Riedel (MS).
Os tucanos têm a difícil missão de se reposicionar diante do país e do seu eleitorado, após fracassos em sucessivas eleições. Atualmente, o PSDB ensaia se unir a outras siglas para sobreviver no jogo partidário. As negociações mais avançadas atualmente são com o Republicanos e com o Podemos. A expectativa é que uma decisão possa ser tomada até o final de abril.
“Fizemos o exercício de observarmos os caminhos possíveis para o PSDB e fazer conversas internas definir encaminhamento. Nosso esforço é tentar encaminhar junto à executiva, e posteriormente nos atos legais através de uma assembleia, uma convenção do partido, para encaminhar seu destino. Nosso desafio é ter uma posição melhor encaminhada até o final do mês de abril”, disse o gaúcho à reportagem.
Correio do Povo
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