Elton Bozzetto foi ouvido nesta segunda-feira, e outros depoentes não compareceram
Com a previsão de ouvir 23 testemunhas, os vereadores da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pousada Garoa, na Câmara de Porto Alegre, aprovaram, nesta segunda-feira, o plano de trabalho. A elaboração do documento demorou três semanas para, de fato, “sair do papel”, em função da falta de consenso entre o presidente, Pedro Ruas (PSol), e o relator, Marcos Felipe (Cidadania) sobre quem deveria apresentar o plano. Na última segunda-feira, chegaram a um consenso e uniram as duas propostas.
A comissão investiga o acidente de abril de 2024 em que a unidade da Pousada Garoa na avenida Farrapos foi destruída por um incêndio, levando a óbito 11 pessoas em situação de vulnerabilidade social e deixando outras 15 feridas.
Além dos dois nomes que já foram ouvidos – ex-secretário Léo Voigt e Elton Bozzetto, (que foi ouvido nesta segunda-feira) o plano prevê o depoimento dos três indiciados pela Polícia Civil pelo incêndio da pousada: André Kologeski da Silva, o proprietário das Pousadas Garoa; Cristiano Roratto, ex-diretor da FASC e atual diretor-geral da pasta de Desenvolvimento Social de Porto Alegre; e Patrícia Mônaco Schüler, fiscal do contrato da prefeitura com a pousada. A oitiva deste grupo está marcada para última sessão, em 2 de junho.
Os vereadores também querem ouvir o delegado Daniel Ordahi, responsável pelo inquérito da PC; e o promotor do Ministério Público, Leonardo Barrios, encarregado pelo caso. Novos nomes podem ser incluídos.
Veja a lista completa:
- 31/03/2025
Bruno Morais Martins (porteiro e vítima sobrevivente)
Lucas Pereira da Silva (frentista)
Roberto Almeida da Silva (frentista) - 14/04/2025
Vanderlei Tonato (frentista)
Marcelo Wagner Cheleck (morador e vítima sobrevivente)
Glaucio Oxley da Rosa (morador e vítima sobrevivente) - 28/04/2025
Pedro Roni Leite (morador e vítima sobrevivente)
Brendon Silveira Rodrigues (morador e vítima sobrevivente)
Irley Silveira de Souza (morador e vítima sobrevivente) - 05/05/2025
Gilberto Barrichello – Diretor do Grupo Hospitalar Conceição – GHC
Tenente-Coronel Lúcio Junes da Silva – Comandante do 1º Batalhão do Corpo de Bombeiros
Tenente-Coronel Joel Dittberner – Corpo de Bombeiros - 12/05/2025
Roque Reckziegel – Comissão de Direitos Humanos da OAB
Vanessa Canabarro – Associação dos Curatelados Judiciais - 19/05/2025
Vera Regina Ponzio – ex-presidente da FASC (assinou o primeiro contrato com as Pousadas Garoa em 2020)
Nelson Kalil – ex-membro do Conselho Municipal da Assistência Social e atual Presidente do Conselho Estadual de Assistência Social)
Alexssandro Silva Costa - Gestor do Cemitério Municipal São João - 26/05/2025
Daniel Ordahi – Delegado da Polícia Civil
Leonardo Barrios – Promotor do Ministério Público
Matheus Xavier – Secretário atual SMAS (antiga FASC) - 02/06/2025
André Kologeski da Silva – Proprietário da Pousada Garoa
Cristiano Roratto – Ex-diretor da FASC
Patrícia Mônaco Schüler – Fiscal do Contrato da Prefeitura
Moradores eram fechados à noite, relata testemunha
Durante incêndio que atingiu a Pousada Garoa, em abril de 2024, hóspedes eram fechados à noite e foram obrigados a pular pela janela para se salvar, relatou o jornalista Elton Bozzetto, da Pastoral do Povo de Rua, da CNBB, em seu depoimento à CPI, nesta segunda-feira.
Segundo Bozzetto, a partir das 23h, se fechavam as portas, impossibilitando entrada e saída, sendo reabertas, novamente, somente às 6h. Os relatos foram repassados ao jornalista, que atua, há anos, junto à população de rua.
“Várias instituições prestadoras de serviços [...] fizeram várias diligências nas pousadas e elaboraram relatórios técnicos apontando falhas no controle desses serviços e entregaram à Fasc”, relatou Bozzetto, sobre a situação em que se encontrava a Pousada Garoa. No relatório realizado pela prefeitura, em maio de 2024, após o incêndio, constatou-se que a situação dos imóveis é precária e apresenta riscos à vida dos moradores.
Além de Bozzetto, mais duas testemunhas eram previstas para a sessão desta segunda-feira, segundo o plano de trabalho aprovado, mas não compareceram. Entre elas estava a ex-diretora-geral do Instituto Geral de Perícias (IGP), Marguet Inês Hoffmann Mittmann.
Correio do Povo
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