segunda-feira, 17 de março de 2025

Com a conquista do Gauchão de 2025, Inter continua sendo o único octacampeão no Estado

 Para além da retomada da hegemonia estadual, título também impediu que o Grêmio igualasse marca histórica colorada

Dadá Maravilha manda a bola para as redes e vai comemorar o gol na final de 1976 | Foto: CP Memória


Graças a Roger Machado e seus comandados, a façanha do octa no Gauchão continua sendo apenas do Inter. Com a conquista deste domingo, o clube não apenas saiu de um jejum de nove anos, como interrompeu a sequência do rival e impediu que se igualasse como campeão oito vezes seguidas da competição, feito alcançado pelo Colorado em 1976.

O time comandado por Falcão conquistou tal façanha em 22 de agosto de 1976, após um Gre-Nal, vencido pelo Colorado por 2 a 0, no Beira-Rio. O camisa 5 foi eleito o melhor jogador da partida conforme publicou a Folha da Tarde, jornal que pertencia ao Correio do Povo, em seu caderno especial em comemoração ao octa. O craque ainda ganhou um moto-rádio de seis faixas pela melhor exibição.

Os gols do jogo foram marcados por Lula e Dadá Maravilha, aos 14 e 18 minutos do segundo tempo, o suficiente para evitar um outro clássico. O capitão Elias Figueroa, que atirou camisa e calção para os torcedores da Coreia (setor em que se ficava de pé no Beira-Rio), ficando apenas de sunga no gramado, festejou a conquista e exaltou a garra da equipe durante o campeonato. “Ganhamos porque entramos para ganhar. Nosso time demonstrou espírito de luta desde o começo e, se falhamos um pouco, no recuperamos amplamente no segundo tempo. Ninguém mais que o Inter merecia esse título, por todo o trabalho feito”, bradou o zagueiro chileno, que dedicou o título à torcida e os demais funcionários do clube. Na campanha de 1976, o Inter perdeu apenas uma partida em 27 jogos. Venceu 23 e empatou outras três. Marcou 69 gols e sofreu apenas nove.

Inter Octa 1976 Mauro Mattos/CP Memória

Outro nome notável naquela conquista foi o ponteiro Valdomiro, único presente nos oito títulos conquistados em sequência. Mesmo sendo dúvida para o jogo, por ter sentido uma fisgada na coxa direita, dias antes da partida decisiva, durante outro Gre-Nal, o camisa 7 do Inter fez uma partida de doação e entrega. “Sua aplicação tática, principalmente depois que o Inter marcou o segundo gol, quando o Grêmio procurava de todas as maneiras diminuir a diferença, foi excelente”, dizia a crônica a seu respeito que tinha o título de “Valdomiro: o sonho que vem desde 69”.

Em 1969, primeiro título do octa, também foi ano, assim como hoje, em que o Inter impediu o rival de conquistar tal façanha. Em um campeonato acirrado, de pontos corridos, onde não existia uma final de fato, Inter e Grêmio chegaram à última rodada com chances de ser campeão, o Inter com um ponto a mais que o rival. E com um empate em 0 a 0, o Inter sagrou-se campeão gaúcho e colocou um fim à sequência do rival. Começava ali uma hegemonia vermelha nunca vista. Em oito edições do Estadual, o Colorado jogou 158 partidas, obteve 128 vitórias, 25 empates e cinco derrotas. Foram 321 gols marcados e apenas 50 tentos sofridos.

A década de 70, uma das mais vitoriosas na história do Inter, ainda se consagraria com a conquista do Tricampeonato nacional (19750 1976 e 1979), o último deles de maneira invicta.

Correio do Povo

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