sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Sequestrador de criança em Tramandaí cumpriu pena em regime domiciliar por agressão de adolescente

 Marco Antônio Bocker Jacob foi condenado em 2020 por agredir jovem de 17 anos

Local onde menina de 9 anos ficou em cativeiro | Foto: Renato Dias / Correio do Imbé / CP


Marco Antônio Bocker Jacob, suspeito de manter uma menina de 9 anos refém e abusar sexualmente dela em Tramandaí, cumpriu pena em prisão domiciliar até semana passada. O homem, 61 anos, havia sido condenado por agredir uma jovem de 17 anos. Na quarta-feira, após o resgate da criança, ele foi linchado e acabou morrendo.

De acordo com a condenação, em 2020, o criminoso invadiu a casa de uma família enquanto prestava serviços de pedreiro. Ele teria tentado imobilizar a adolescente, mas acabou sendo contido por vizinhos, que chamaram a Brigada Militar.

O homem também foi indiciado por tentativa de feminicídio, mas a condenação foi por lesão corporal grave. De março de 2024 até o dia 18 de fevereiro deste ano, ele cumpriu pena em regime domiciliar.

Outros antecedentes dele incluem tráfico de drogas, crueldade contra animais e furto a veículo. Ele foi preso, e depois solto, em pelo menos outras três ocasiões.

Marco Antônio teria sequestrado a menina na tarde de terça-feira, enquanto ela brincava sozinha em uma praça na rua São Marcos, no bairro Parque dos Presidentes. Ele teria oferecido um picolé para atrair a criança.

No dia seguinte, munidos de informações do Setor de Inteligência da corporação, PMs do Choque encontraram a vítima. Ela tinha as mãos amarradas e estava dentro de um calabouço nos fundos do estabelecimento, que fica no mesmo bairro onde ocorreu o rapto e seria propriedade do suspeito.

O esconderijo ficava no chão, sendo camuflado por uma tampa de concreto e com caixas de cerveja em cima. De acordo com o coronel Artur Marques de Barcellos, comandante do Comando Regional de Polícia Ostensiva do Litoral (CRPO Litoral), o alçapão tinha pouco mais de um metro de profundidade. O oficial adiciona que a menina, apesar do forte trauma que sofreu, passa bem.


"Ela foi encontrada em um buraco concretado. Parecia um bunker, um cativeiro, com uma boca de 50 centímetros de largura e pouco mais de um metro de profundidade, e se estendia na horizontal. A tampa também era de concreto e ainda havia caixas com garrafas em cima. A menina foi prontamente socorrida e passa bem”, destaca o coronel Artur Marques de Barcellos.

Ainda segundo o coronel Barcellos, o resgate ocorreu a partir de relatos colhidos na vizinhança, denúncias via 190 e análise de imagens de câmeras de monitoramento. Ele conta que PMs foram ao lugar indicado e questionaram o suspeito, momento em que ouviram os pedidos de socorro da vítima.

"Uma equipe da Operação Golfinho, com policiais militares do Choque e do Setor de Inteligência, esteve no estabelecimento para abordar o proprietário. Enquanto eles faziam a interação, ouviram os chamados de socorro da vítima e iniciaram as buscas”, detalha o comandante do CRPO Litoral.

Criminoso foi linchado

Dezenas de pessoas organizaram um protesto em frente ao armazém. A população, no auge da fúria, invadiu o lugar enquanto a ocorrência ainda estava em andamento e passou a agredir o sequestrador.

Ele foi atingido por chutes, socos, garrafas, tijolos e pedras. O estabelecimento e um carro dele também foram depredados.

Os PMs, forçados por dever constitucional a impedir o linchamento, tentaram conter o tumulto com bombas de efeito moral, balas de borracha e gás lacrimogéneo. Um policial foi atingido por uma garrafa e teve ferimentos no braço.

O suspeito chegou a ser socorrido com vida, mas morreu enquanto era atendido por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Correio do Povo

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