Vigésima quinta edição da feira que acontece em Não-Me-Toque, de 10 a 14 de março, ocorreu na manhã desta segunda-feira
A 25ª Expodireto Cotrijal foi lançada na manhã desta segunda-feira, no Hotel Deville, em Porto Alegre, renovando as promessas feitas pela cooperativa todos os anos de realizar um evento à altura do agronegócio e da economia do Rio Grande do Sul. O presidente da Cotrijal, Nei Manica, abriu a celebração com mensagens de otimismo, em mais uma safra, a quarta em sequência, onde o Estado prevê enfrentar problemas na produção de grãos decorrentes de um novo período de estiagem.
O dirigente, que repetiu uma frase sua dita muitas vezes nos 25 anos da exposição agropecuária de Não- Me-Toque, "faremos a melhor e maior feira de todos os tempos", deu voz à preocupação do setor quanto ao revés que já enfrentam as lavouras de soja e milho em solo rio-grandense.
Manica apelou para a aprovação do projeto de lei do senador Luis Carlos Heinze, que institui a securitização das dívidas rurais, e que permite a renegociação dos débitos com as instituições financeiras ao transformá-los em títulos negociáveis no mercado.
“Todas as entidades têm que ser ouvidas e tem que colocar um documento só. Nós precisamos de um alongamento de uma nova securitização. É simples. É um empréstimo federal, não é perdão de dívida. Prazo longo e com juro compatível com a realidade”, conclamou.
A argumentação do presidente da maior cooperativa agropecuária do Rio Grande do Sul e uma das maiores do Brasil aumentou o coro em torno da proposta de Heinze e chamou atenção também para a necessidade pleiteada pelo agro de facilitar os licenciamentos de áreas para a reservação de água.
“Hoje se fala que o Brasil terá a maior safra de grãos. Isso é verdadeiro. Só que o Rio Grande do Sul está no seu quarto ano de seca. Três anos de seca, um ano de enchente e mais um ano de seca terrível. A grande maioria não tem noção do que pode vir pela frente. O Rio Grande do Sul vive momentos difíceis mas isso não nos assusta. Nós vamos enfrentar isso,” refletiu.
Assim como Manica, o governador Eduardo Leite saudou a realização de mais uma Expodireto, que neste ano acontece entre os dias 10 e 14 de março. Leite lembrou as ações do Estado na direção dos produtores afetados pelos extremos climáticos, entre elas o Programa de Irrigação do RS, o qual oferece ao produtor até R$ 100 mil para elaboração e execução de projetos do tipo nas propriedades. Leite disse que as verbas estão disponíveis e pediu empenho para as lideranças no sentido de convencer os agricultores a aderir à iniciativa.
Sem números de faturamento
Entre as novidades deste ano, o presidente da Cotrijal surpreendeu anunciando que a feira não vai mais divulgar números de comercialização. Segundo ele, os volumes de vendas de máquinas e equipamentos agrícolas vinham sendo sistematicamente questionados e, por isso, a organização do evento decidiu não divulgar mais.
"As empresas certamente vão fazer seus negócios, como fazem o ano inteiro, e a Expodireto vai estar cheia de oportunidades. Esses números não importam", completou.
Manica anunciou ainda que neste ano pelo menos 200 expositores ficaram de fora da Expodireto, mas que a cooperativa se organiza para fazer melhorias ao longo deste ano para melhorar as instalações do parque e abrir novas vagas em 2026. O tema da feira deste ano. " Do Campo para o Campo", traz a história de produtores e produtoras que participaram do evento desde a primeira edição e que aprenderam a buscar no evento soluções para inovar e desenvolver nas suas propriedades.
Entre 2000 e 2025, a Expodireto Cotrijal expressou em números sua evolução. Na primeira edição, a feira contava com um espaço de 32 hectares, 41 mil visitantes ,114 expositores e R$ 21 milhões em negócios. No ano passado, o parque oferecia mais de 130 hectares, recebeu 377 mil visitantes, contou com 577 expositores e um faturamento recorde de R$ 7,9 bilhões.
Correio do Povo
Nenhum comentário:
Postar um comentário