Governador disse ter agradecido, também, ajuda oferecida pelo governo federal e afirmou que SC tem “condições plenas” de suportar a situação
Em entrevista coletiva realizada nesta sexta-feira, o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, dispensou a ajuda oferecida por outros líderes do Executivo de diversos estados brasileiros, como o de Eduardo Leite. Os catarinenses sofrem com chuvas intensas que já fizeram 11 cidades decretarem situação de emergência por conta dos estragos.
A negativa de Mello ocorreu após ele ter sido perguntado sobre o apoio oferecido por Leite e se o governo federal também havia oferecido auxílio.
“Os governadores do Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul me ligaram se colocando a disposição e eu disse que, se a gente precisar, a gente pede. Eles são solícitos porque a gente sempre foi parceiro para ajudar, mas não há necessidade. Temos condições plenas de cumprir com todas as nossas responsabilidades sem pedir ajuda. Respondemos o mesmo ao governo federal”, afirmou.
Sobre esta capacidade de apoiar as cidades atingidas, eu governador destacou que, conforme há solicitação, ocorre a mobilização para suprir as necessidades. “Isto tudo a Defesa Civil já está acostumada a fazer. Não tem nada de extraordinário. Pedem, a gente manda”, pontua.
Segundo Mello, os prejuízos não foram tão grandes quanto os causados pelas chuvas que atingiram SC em 2023. “É um evento preocupante e impactante, mas, se comparar com a de 2023, é muito pequeno. São mil pessoas atingidas, enquanto, em 2023 foram 26 mil pessoas”, acrescentou Mello.
Durante a manhã de sexta-feira, governador se reuniu com parte do colegiado do governo para tratar das fortes chuvas que assolaram, principalmente a Grande Florianópolis, o Médio e Baixo Vale do Itajaí, Foz do Rio Itajaí e o Litoral Norte. Na sede da Secretaria de Estado da Proteção e Defesa Civil ele recebeu o balanço das ocorrências envolvendo as forças de segurança, Infraestrutura, Casan, Celesc, Assistência Social e Saúde.
11 cidades decretaram situação de emergência
A forte chuva que atinge o litoral catarinense desde o início desta quinta-feira já causou uma morte e sérios impactos em diversas cidades, provocando alagamentos e deslizamentos de terra. Em Governador Celso Ramos, um pescador foi levado pela correnteza, enquanto navegava.
Até o momento, 11 municípios decretaram situação de emergência devido aos danos provocados pelas chuvas: Camboriú, Governador Celso Ramos, Tijucas, Biguaçu, Florianópolis, Porto Belo, Ilhota, Balneário Camboriú, São José, Palhoça e Itapema.
O governo de SC já contabiliza de 1.001 pessoas desabrigadas e 1.305 desalojadas. Abrigos foram abertos em diversas cidades, como Porto Belo, Ilhota e Penha, para atender a população afetada.
Segundo dados da Defesa Civil, nas últimas 24 horas, os maiores acumulados de chuva foram registrados em Biguaçu (391mm), Florianópolis (344mm) e Tijucas (325mm), intensificando o risco de alagamentos e enxurradas.
Ainda conforme o governo de SC, o município de Governador Celso Ramos é um dos mais afetados, além de ter a única morte registrada no estado. Na cidade, 16 bairros foram afetados pela chuva, com quedas de muros, árvores e o isolamento de diversas comunidades ribeirinhas.
Em Florianópolis, os impactos também foram devastadores e a capital catarinense enfrenta alagamentos generalizados nos bairros do Norte, Sul e Leste da ilha. A SC 401, uma das principais vias de acesso, ficou bloqueada por mais de 15 horas, causando congestionamentos de até 16 km.
A situação também considerada crítica em Balneário Camboriú, onde equipes de resgate atuam para retirar moradores de áreas de risco. A cidade já abriu abrigos para acolher os desabrigados e, em Itapema, outra cidade severamente afetada, três abrigos foram disponibilizados para 423 pessoas que perderam suas casas. A região já registra danos em pontes e vias.
Além das áreas urbanas, o interior do estado também enfrenta dificuldades. O Rio Itajaí Mirim ultrapassou sua calha em cidades como Blumenau, Gaspar e Brusque, trazendo riscos de inundações. Em Penha, a Defesa Civil mantém alerta para o risco de deslizamentos em um morro que ameaça a estabilidade de várias construções.
Diante da situação, as autoridades têm orientado a população a evitar áreas de risco. A previsão é de que as chuvas continuem ao longo do fim de semana, o que mantém o estado em alerta máximo para novos alagamentos e deslizamentos.
Correio do Povo
Nenhum comentário:
Postar um comentário