terça-feira, 28 de janeiro de 2025

Presidente peruana nega ter abandonado cargo por cirurgia de nariz

 A presidente de 62 anos enfrenta pelo menos quatro processos no Ministério Público, pela suposta omissão de suas responsabilidades



A presidente do Peru, Dina Boluarte, negou nesta segunda-feira (27) que deixou de exercer suas funções pela operação de nariz a que, garantiu, teve que se submeter em 2023 para corrigir uma "rinite crônica".

A presidente de 62 anos enfrenta pelo menos quatro processos no Ministério Público, pela suposta omissão de suas responsabilidades, pois não informou nem a seu gabinete nem ao Congresso que passaria por cirurgia.

"Eu disse à procuradora [...] que minha responsabilidade [é] não deixar um instante meu trabalho como presidente. Tive que ser internada nas horas noturnas, utilizando as horas do meu sono como qualquer mortal", disse Boluarte em um discurso público em Lima.

Segundo ela explicou, no dia 28 de junho passou por uma intervenção, com anestesia local, para "corrigir o desvio de septo" que estava lhe causando uma "rinite crônica".

"Cada vez que ia à província para trabalhar me afogava e asfixiava e isso era conhecido por meus ministros e nunca deixei de trabalhar", afirmou Boluarte durante o ato, no qual deu início a obras viárias na capital peruana.

O MP abriu a investigação em 5 de dezembro, depois que o ex-chefe de gabinete Alberto Otárola revelou perante o Congresso que Boluarte foi operada, em meio a especulações da imprensa de que teria se tratado de um procedimento estético.

A lei peruana obriga os chefes de Estado a comunicarem ao Congresso qualquer problema de saúde que suponha um risco de incapacidade temporária para exercer a Presidência, caso em que deve delegar suas funções se fosse necessário.

Boluarte era vice-presidente até que assumiu o poder em 7 de dezembro de 2022 após a destituição e prisão do então mandatário esquerdista Pedro Castillo, que tentou dissolver o Congresso.

A presidente também está sob a lupa do Ministério Público pela morte de 50 civis na repressão dos protestos que sucederam à sua posse.

Ademais, é investigada por relógios de luxo que não declarou em seus bens, no escândalo conhecido como "Rolexgate".

Não obstante, Boluarte só pode ser levada a julgamento quando concluir seu mandato, em julho de 2026, segundo a Constituição.

AFP e Correio do Povo

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