Stephen Kanitz
É assustador perceber que um jornal destinado à metade mais rica da população brasileira — porque pobre não lê a Folha ou o Estadão — publique um discurso de ódio como "por que os ricos são do mal".
A social-democracia, agora, parece querer impedir que Elon Musk continue inovando, assumindo riscos e devolvendo à sociedade tudo o que acumulou em termos de avanços tecnológicos. Querem desconsiderar que, para criar algo revolucionário, é necessário arriscar perder tudo.
A filósofa Ingrid — que merece permanecer anônima — nunca pisou em uma fábrica, assim como Karl Marx, e parece não compreender que o capital não pertence integralmente aos capitalistas, enquanto está aplicado em uma empresa.
O capital pertence à sociedade anônima como uma garantia de que todas as obrigações serão pagas enquanto a empresa estiver em operação. Apenas se a empresa fechar, os bens e ativos retornam aos acionistas.
Portanto, como alguém pode "devolver" algo que já não é seu?
Segundo a lógica dessa social-democrata e do jornalista que a defende, ninguém poderia mais trabalhar e acumular patrimônio depois de atingir 50 milhões de reais em poupança. A partir desse ponto, seria obrigado a gastar todo o excedente para não ultrapassar o teto.
O problema é que, em um capitalismo genuíno — não sequestrado pelo Estado —, não haveria dívidas públicas equivalentes a 80% do PIB. Pelo contrário, haveria reservas financeiras equivalentes a 160% do PIB, o que reduziria os juros para algo em torno de 0,5% ao ano.
Nesse cenário, um "hiper-rico" teria um rendimento de apenas R$ 250 mil por ano, ou cerca de R$ 20 mil por mês. Nossos social-democratas se iludem ao acreditar que viver de renda é fácil. Mas não é. O problema não está no capitalismo em si, e sim no modelo de social-democracia que adotamos.
Além disso, com um patrimônio de 50 milhões de reais, seria possível contratar cerca de 100 funcionários, considerando os altos custos de equipamentos, treinamentos e instalações.
Minha crítica não é ao fato de Bill Gates e Steve Jobs terem ficado ricos. Minha bronca é com o fato de que seus sócios, Paul Allen e Steve Wozniak, ficaram com 50% da Microsoft e da Apple, apesar de terem contribuído muito menos para o sucesso das empresas.
Se Bill e Steve tivessem estudado administração de empresas, teriam percebido que cederam participação societária a pessoas que não tinham o mesmo talento empreendedor. Essas pessoas mereciam bons salários, mas não necessariamente uma participação acionária.
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