Prefeito enviou projeto que muda o departamento e prevê concessão até o fim do ano
A proposta do governo que propõe mudanças na organização e no conselho do Dmae – além da privatização, prevista para os próximos meses – é uma das principais apostas do prefeito Sebastião Melo (MDB) para sanar os alagamentos que se tornaram rotina em Porto Alegre após temporais.
Enviado à Câmara nesta quarta-feira, junto com as demais propostas da Reforma Administrativa, a reestruturação do Departamento passa de cinco para oito diretorias, cria cargos temporários e transforma o conselho do Dmae de deliberativo para consultivo.
"A única (alteração) que tem impacto financeiro é o Dmae. [...] Por quê? Porque nós entendemos que antes de chegar a parceirização o Dmae tem que dar conta do recado. Hoje, o Dmae não está dando conta do recado", explicou o prefeito.
Melo ainda conta com empréstimos nacionais e internacionais, que somam mais de R$ 3,5 bilhões, além de obras que entraram no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). “Só tem um caminho: é acelerar dinheiro, planejamento, execução de obras”.
As respostas de Melo ocorrem após as consequências do alto volume de chuvas que deixou um rastro de estrago pela cidade na tarde de quarta-feira, com alagamentos em diversas regiões e pontos sem luz. O temporal chegou a impedir a cerimônia de transmissão de cargo, na Usina do Gasômetro, por falta de luz. Na ocasião, Melo – que foi empossado pela Câmara algumas horas antes – sequer se dirigiu à Usina, indo direto para o Ceic.
O prefeito também espera, para o fim do mês, a entrega do serviço de meteorologia, mais preciso, contratado pela prefeitura. Segundo ele, o atual sistema é ineficiente e prejudica uma atuação mais efetiva.
Crise na energia e casa de bombas
Para além dos alagamentos, a falta de luz em uma série de pontos da cidade afetou inclusive as localidades onde as casas de bomba – responsáveis pela drenagem da água – estão alocadas.
"Nós estamos com 26 geradores, somente esses geradores não conseguem resolver 100% o funcionamento das casas de bombas. [...] Então, por mais que você tenha geradores, sempre a resposta não vai ser 100% eficiente", justificou o prefeito após as informações de que em algumas localidades os geradores não teriam sido ligados.
Assumindo um embate com a CEEE Equatorial, que ele já vinha enfrentando desde o início do ano passado, Melo afirmou que chegou a pedir um projeto de dupla alimentação para a Companhia, mas achou ele "caro e ineficiente". "É botar dinheiro na lata do lixo".
Correio do Povo
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