Audiência pública foi solicitada por culturas sensíveis e deve ser anunciada após recesso parlamentar
A pauta da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, em fevereiro, deverá incluir a normatização e a fiscalização do uso de herbicidas hormonais, em audiência pública. A data do encontro será anunciada no início do próximo mês. O recesso parlamentar do legislativo gaúcho se encerra no dia 31 de janeiro.
A realização da audiência foi confirmada na segunda-feira, dia 20, pela assessoria do deputado Elton Weber (PSB). Trata-se de demanda de entidades representativas de produtores de frutas, hortaliças e legumes, além de outras instituições.
A deriva de herbicidas hormonais, especialmente do 2,4-D, é apontada pelos agricultores como causador de prejuízos nos pomares. A substância é aplicada, principalmente, para preparar o solo para as lavouras de soja. A aplicação incorreta por pulverização aérea causa contaminação em outras propriedades. Vinhedos das Regiões Centro, Campanha e Fronteira Oeste estão entre os mais afetados.
Carta de Jaguari
Em dezembro do ano passado, no dia 6, o Instituto de Gestão, Planejamento e Desenvolvimento da Vitivinicultura do Estado (Consevitis-RS) e a Federação das Cooperativas Vinícolas do RS (Fecovinho). lançaram a Carta de Jaguari. O documento alerta para os graves impactos causados pela deriva de herbicidas hormonais, prejudicando a reprodução animal e o meio ambiente nos biomas Pampa e Mata Atlântica. A Carta de Jaguari é assinada por 24 entidades.
Além disso, uma ação civil pública é movida pela pela Associação Gaúcha de Produtores de Maçã (Agapomi) e pela Associação dos Produtores de Vinhos Finos da Campanha Gaúcha contra o Estado, solicitando ao Tribunal de Justiça a suspensão temporária do uso do 2,4-D no Rio Grande do Sul, “até que sejam delimitadas zonas de exclusão ou implementado efetivo monitoramento da aplicação do herbicida hormonal para evitar a deriva em cultura sensível.”
Correio do Povo
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