sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

La Niña está de volta; veja como o fenômeno impacta o RS

 Evento climático resfria as águas do Oceano Pacífico e influencia o clima global



A Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos, a NOAA, oficializou nesta quinta-feira o retorno do fenômeno La Niña.

De acordo com o informe publicado, as condições de La Niña estão presentes no Pacífico Tropical e devem persistir de fevereiro a abril de 2025, com uma transição para neutralidade provavelmente durante março a maio de 2025.

Durante um evento La Niña, as águas do oceano Pacífico equatorial central e oriental ficam mais frias do que o normal. Isso tem efeitos significativos nos padrões de vento, precipitação e temperatura ao redor do globo. A última vez em que a fase fria esteve presente foi entre 2020 e 2023 com um longo evento do fenômeno que trouxe sucessivas estiagens no Sul do Brasil e uma crise hídrica no Uruguai, Argentina e Paraguai.

Impactos no Rio Grande do Sul

Com o resfriamento do Pacifico, a MetSul projeta que os efeitos do fenômeno já poderão ser sentidos os longo do mês de janeiro, com a redução da chuva em áreas do Sul do Brasil e aumento da chuva na Região Nordeste, o que é a condição clássica de La Niña.

O fenômeno pode determinar períodos mais prolongados de chuva irregular e abaixo da média agora neste verão em vários pontos no Sul do Brasil, particularmente no Rio Grande do Sul e em especial no Oeste e no Sul gaúcho.

Por isso, a MetSul Meteorologia entende ser alto o risco de áreas do Sul do país enfrentarem longos períodos de estiagem, o que vai afetar a agricultura em diversos municípios com perda de produtividade em milho e soja.

O cenário só não será pior porque em muitas áreas há umidade no solo resultante do chuvoso ano de 2024 e pela precipitação ocorrida nos meses de novembro e dezembro. Nos fortes episódios de estiagem de verão da história recente, a escassez de chuva começou ainda entre outubro e dezembro do ano anterior, se agravando no verão, o que não ocorreu do ano passado para cá. Ocorre que, com o tempo seco prolongado e o calor, a perda de umidade do solo se acelera, causando preocupação.

Além da chuva, o fenômeno também influencia as temperaturas. No Sul do Brasil, o fenômeno favorece maior ingresso de massas de ar frio no outono e aumenta a probabilidade de ondas de calor e marcas extremas de temperatura alta nos meses de verão.

MetSul Meteorologia e Correio do Povo

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