90% dos 400 hectares do parque foram consumidos pelo fogo em apenas uma hora
Há um ano, um incêndio florestal devorou o maior jardim botânico do Chile. Diante do início do verão no hemisfério sul, este parque centenário começou a sua adaptação, plantando milhares de árvores nativas e menos inflamáveis.
Ao todo, 90% dos 400 hectares do Jardim Botânico Nacional de Viña del Mar foram consumidos pelo fogo em apenas uma hora. Uma tragédia que deixou um total de 136 mortos e afetou a vida de 16 mil pessoas.
"O que estamos avaliando? Propriedades térmicas da vegetação em relação a incêndios florestais. Quais variáveis térmicas estamos estudando? Inflamabilidade, poder calorífico, ponto de ignição das plantas e como relacionar isso com variáveis químicas e físicas, principalmente químicas, para identificar condutores ou retardadores de fogo durante um incêndio florestal", afirma Fabian Guerrero Castro, pesquisador da Universidade Federico Santa Maria.
Projetado em 1918 pelo arquiteto francês Georges Dubois, o parque contava com 1.300 espécies de plantas e árvores. Também abrigava uma fauna de raposas-cinzentas, furões chilenos e muitos pássaros.
"Estamos trabalhando em um projeto de restauração ecológica que envolve dois componentes importantes: o primeiro é um sistema de irrigação para 8 hectares com 5.000 árvores nativas. O segundo componente é o reflorestamento com espécies endêmicas e nativas da zona central do Chile que são resistentes às mudanças climáticas, pensando no futuro sobre a adaptação às condições de baixa pluviosidade e seca prolongada”, destaca Benjamin Veliz, diretor da ONG Wildtree.
Dezenas de voluntários começaram a reflorestar a região há semanas, plantando 5 mil árvores nativas em uma área de oito hectares.
As mudas crescem presas a uma estrutura plástica e recebem água por meio de um sistema de irrigação automatizado.
As chuvas abundantes registradas em 2024 no centro do país, afetado por mais de uma década de seca, ajudaram no processo de recuperação do jardim botânico.
Na área do parque, eucaliptos, mas também litres e peumos mostram a resiliência da natureza apesar da magnitude do incêndio florestal considerado um dos mais mortais do século.
AFP e Correio do Povo
Nenhum comentário:
Postar um comentário