Na capital ou no litoral, programação variada contempla toda a família
Férias prolongadas para aproveitar o tempo livre ou recesso enxuto para reencontrar logo os amigos da escola? Sobre qual opção escolheria, Ramiro Sanderowicz, de 10 anos, responde: “as duas”. Seja como for, a época é de diversão. Tomar banho de piscina, jogar bola no parque, visitar os avós, brincar com os cachorros da família: tudo isso Ramiro já fez desde o final de dezembro, quando sua escola entrou em recesso. “O mais legal foi o ano novo, quando eu dormi na hora de acordar”, conta, rindo.
Na última terça-feira (14/1), ele foi ao teatro, acompanhado da mãe, Marianna, assistir à palhaça Ôtro Mundo – interpretada por Alice Ribeiro – no espetáculo “Junto”. A peça é uma das cerca de 35 atrações do 26º Porto Verão Alegre, festival de artes cênicas que acontece até 16/2 na capital e contempla diversos espetáculos para o público infantil. Nos próximos dias, destaque para “Baile das Letrinhas” (em 25/1), de Deborah Finocchiaro, que mistura cenas interativas e música ao vivo para propor uma brincadeira com o alfabeto; e “O encantador de fantasmas” (em 25 e 26/1), de Cleia Haubert, que une terror e comédia em histórias sobre coragem e medo.
Para colocar a mão na massa, a Casa de Cultura Mário Quintana (CCMQ), em Porto Alegre, promove uma série de oficinas de criatividade para crianças durante os meses de janeiro e fevereiro. A programação, inteiramente gratuita, inclui uma caça ao tesouro pelos corredores e salas da CCMQ e uma oficina de confecção de pipas. Nessa terça-feira (21/1), às 15h, a atividade “MUSICarte” convida o público de 5 a 12 anos a pintar e desenhar ao som de música erudita. A programação é desenvolvida e ministrada pela equipe educativa da instituição.
Brincadeira liberada
As férias escolares também são momento de mexer o corpo, e nessa hora vale tudo: pular corda, jogar futebol, brincar de pega-pega. O importante é não ficar parado. “É bom deixar a criança colocar para fora todas as suas energias, porque quando as férias acabarem ela ficará mais calma em sala de aula. A criança que passou as férias inteiras dentro de um apartamento, quando chega na escola, está com a adrenalina querendo sair pelos olhos”, pontua Gilsenira Rangel, diretora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
Para liberar a energia acumulada, nadar é uma boa opção – e não requer uma viagem à praia. Até 28/2, famílias podem usufruir de cinco piscinas públicas em centros comunitários gerenciados pela Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e Juventude da capital. A programação de verão desses espaços – localizados nos bairros Santa Maria Goretti, Cristo Redentor, Cavalhada, Passo das Pedras e Restinga – inclui aulas de hidroginástica e natação (infantil e adulto), ambas gratuitas. As piscinas também podem ser utilizadas livremente, de terça-feira a domingo, mediante inscrição feita diretamente nos centros comunitários.
Para quem está no litoral norte, vale conferir a programação do projeto Ufrgs na Praia, promovido anualmente pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) no prédio da antiga Colônia de Férias da instituição (Av. da Igreja, 760), em Tramandaí. Até 21/2 serão realizadas atividades como observação do céu com telescópio, oficina de forró e momento de contação de histórias. A programação é gratuita e aberta a todas as pessoas, com ou sem vínculo com a Ufrgs.
Como destaca Gilsenira Rangel, as férias escolares oportunizam diversas atividades de cultura e lazer para as crianças, mas também é importante deixá-las livres para brincar como quiserem. “A brincadeira, qualquer que seja, vai ter uma influência muito forte nos aprendizados que vêm depois. Por exemplo: crianças pequenas juntando conchinhas na beira da praia usam o movimento que nós chamamos de ‘pinça’, o mesmo que vai ser utilizado depois para pegar a caneta, para escrever, ter uma boa destreza manual e desenvolver uma letra legível”, comenta. “Tudo que nós fazemos com nossos filhos é um desencadeador de construção de habilidades pedagógicas.” Seja qual for a programação, a época é de estreitar laços e criar memórias – sem deixar as crianças de lado. “As férias são para todos, então temos que pensar nelas também”, conclui a pesquisadora.
Correio do Povo
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