Velório do ex-governador do Rio Grande do Sul ocorreu no Palácio Piratini por cerca de cinco horas e teve a presença de políticos, amigos e apoiadores
Enquanto o corpo do ex-governador do Rio Grande do Sul, Alceu de Deus Collares, era velado no Palácio Piratini, chamava a atenção a aproximação de políticos de diferentes partidos e correntes ideológicas, de correligionários do PDT de longa data e de cidadãos que o admiravam. Durante as cerca de cinco horas de cerimônia, foram observadas lágrimas, risadas, histórias e aplausos.
Antes de o caixão, que tinha as bandeiras do Brasil, do Rio Grande do Sul, do PDT e do Grêmio ser fechado, o ex-deputado pedetista Vieira da Cunha clamou pela atenção de todos os presentes e, emocionado, discursou. “Externo o privilégio que, cada um de nós que está aqui, teve de conviver de perto com uma pessoa tão especial”, falou.
“A gente olha para ele e parece que não passou pelo hospital”, complementou, caracterizando Collares como “gigante, fortaleza, com vigor e energia” e afirmando que o pedetista “governava com alegria”.
Seguindo a sequência de lideranças partidárias a se manifestaram diante de Collares e sua família, especialmente da viúva Neuza Canabarro, Romildo Bolzan, presidente estadual do PDT, e Pompeo de Mattos, deputado federal, falaram para o público. Ambos com a voz embargada e expressões emocionadas ressaltaram a importância do político. “Não tem mais, não tem ninguém igual”, disse Pompeo, colocando Collares em uma lista com Getúlio Vargas, João Goulart e Leonel Brizola.
O atual governador do Estado, Eduardo Leite, que esteve presente no início da tarde, mas tinha se ausentado do velório, retornou para as homenagens finais. Sobre Collares, ele exaltou o “desejo de contribuir transformando vidas” e um “legado com um trabalho na causa da educação e na proteção dos mais vulneráveis”. “Só é possível fazer o que se faz porque outros vieram antes”, concluiu.
Neuza Canabarro, que esteve ao lado do ex-governador por 40 anos, foi a última a se manifestar, emocionada e amparada pela família. Em entrevista ao Correio do Povo, ela disse que “Collares deixa um exemplo de coerência, honestidade e, principalmente, de vontade de viver e de lutar pelos mais pobres”, além de que “ele saiu dos confins da miséria, parou de estudar, voltou, fez vestibular na Ufrgs (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e galgou todos os degraus que ele podia galgar”.
Sob fortes aplausos e gritos com o seu nome, o caixão de Alceu Collares desceu as escadas do Palácio Piratini por volta das 16h30min e foi conduzido até o caminhão do Corpo de Bombeiros, dando adeus ao local onde esteve por quatro anos, entre 1991 e 1995, quando governou o Rio Grande do Sul.
Correio do Povo
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