Ministério da Defesa negou que Exército tenha abandonado a cidade
Os rebeldes anunciaram neste sábado que "começaram a cercar" Damasco depois que tomaram o controle de cidades próximas, enquanto o exército sírio negou ter abandonado suas posições próximas da capital.
"Nossas forças começaram a fase final do cerco à capital, Damasco", disse um comandante da coalizão rebelde, Hassan Abdel Ghani.
O líder do grupo islamista Hayat Tahrir al-Sham (HTS) disse aos seus combatentes que se preparem para tomar a capital.
"Damasco aguarda por vocês", disse Ahmed al-Sharaa em um comunicado no Telegram.
Na capital, o Ministério da Defesa afirmou que "as informações de que nossas Forças Armadas, presentes em todas as áreas de Damasco, se retiraram não têm fundamento".
Segundo a ONG Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), o exército sírio se retirou neste sábado de suas posições em localidades a cerca de 10 quilômetros ao sudoeste da cidade.
Ofensiva
As forças do governo sírio perderam o controle da província de Daraa, no sul do país, em um novo golpe para o regime de Bashar al-Assad.
O comandante Hassan Abdel Ghani, da aliança rebelde liderada pelo grupo islamista Hayah Tahrir al Sham (HTS), declarou que suas forças estão "a menos de 20 quilômetros da entrada sul da capital Damasco".
Em mais de 13 anos de guerra civil, as forças de Bashar al-Assad, nunca perderam tantas cidades essenciais em tão pouco tempo.
Em um comunicado, o exército sírio anunciou que suas tropas mobilizadas em Daraa e Sweida, outra província do sul, estão sendo "realocadas para estabilizar um perímetro de segurança".
"Derrubar o regime"
Desde o início da ofensiva em 27 de novembro de uma aliança islamista liderada pelo grupo HTS, o governo perdeu o controle da segunda maior cidade síria, Aleppo, e também de Hama, no centro do país.
Os rebeldes se aproximam de Homs, a terceira cidade mais populosa do país, a 150 quilômetros de Damasco, onde o OSDH e os moradores relataram a fuga de dezenas de membros da minoria alauita, à qual pertence o clã Al-Assad.
"O medo domina a cidade", afirmou por telefone à AFP Haidar, um morador de um bairro alauita de Homs.
O exército sírio anunciou uma operação no norte da província de Homs com a ajuda da "aviação e artilharia sírio-russa". Segundo o OSDH, os bombardeios contra posições próximas de Homs mataram 20 pessoas.
Em uma entrevista ao canal CNN divulgada na sexta-feira, o líder do HTS, afirmou que "o objetivo da revolução continua sendo derrubar este regime".
"Temos o direito de usar todos os meios disponíveis para alcançar essa meta", acrescentou Abu Mohammad al Jolani.
Os confrontos são os primeiros de tal magnitude desde 2020 no país dividido em várias zonas de influência, onde os beligerantes contam com o apoio de várias potências estrangeiras.
A intensificação das hostilidades desde a ofensiva iniciada em novembro deixou mais de 800 mortos, incluindo mais de 100 civis. Além disso, de acordo com a ONU, pelo menos 370.000 pessoas foram deslocadas.
AFP e Correio do Povo
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