sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

Oposição ao governo Eduardo Leite presidirá Assembleia do RS em 2025

 Caráter administrativo da presidência do Legislativo gaúcho não impede que cargo possa ter relevância política em determinadas votações



A oposição ao governo Eduardo Leite (PSDB) terá a presidência da Assembleia Legislativa durante o ano que vem. Pepe Vargas, do PT, maior bancada da Casa, comandará o Legislativo a partir de 31 de janeiro de 2025.

Pepe foi o indicado petista em um sistema de rodízio em que os partidos com maiores bancadas se revezam na presidência do Parlamento. Vilmar Zanchin, indicado do MDB e atual presidente estadual do partido, foi presidente durante o primeiro ano da atual legislatura, em 2023.

O atual presidente é Adolfo Brito, do PP, segunda maior bancada, com sete parlamentares. O Republicanos, partido com cinco deputados, deve indicar Sergio Peres para 2026.

A composição da mesa diretora, que conta com sete componentes, ainda não está definida. Partidos ainda farão as indicações de seus nomes.

A figura da presidência do Parlamento no Rio Grande do Sul cumpre o papel mais institucional, de regimento interno e administrativo da Casa, do que propriamente de atuação política, como pode ser observado na Câmara dos Deputados, por exemplo. Porém, a oposição teve papel relevante quando coordenou os trabalhos durante breve momento neste ano.

O atual vice-presidente do Legislativo, deputado Paparico Bacchi (PL), da oposição à direita, presidiu os trabalhos durante a sessão que apreciou requerimento que pedia a revogação dos decretos de Leite que diminuíam benefícios fiscais. Com votação empatada, foi de Bacchi o voto de minerva para uma derrota governista no Parlamento.

Por outro lado, a bancada do PT terá um voto a menos em um contexto onde já encontra dificuldade para se opor em um plenário de maioria da situação. “Um voto a mais, um voto a menos não faz diferença. Um partido com o peso de ser a maior bancada não pode se omitir da administração da Assembleia, porque tem o aspecto administrativo, não só o político. Não é porque tu vai perder um voto em plenário que vai se omitir de dar essa contribuição”, disse Pepe, durante visita à sede do Correio do Povo.

Antes de vir a presidir os trabalhos em 2025, Pepe e os demais 54 deputados devem enfrentar as últimas sessões de votações deste ano, na próxima terça-feira, quando pautas polêmicas estão previstas para serem votadas. Pepe considera que a mais polêmica seja a proposta de reestruturação da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do RS (Agergs).

“O governo do Estado está querendo ampliar sua participação no conselho e o tempo de mandato dos conselheiros. Não achamos adequado. A Agergs tem uma estrutura insuficiente para fazer frente às suas responsabilidades e o ambiente regulatório do RS não é bom”, opina Pepe.

“O Estado faz a concessão privada e depois se desobriga de sua capacidade de regular. Joga para uma agência que não tem a menor condição de fazer a regulação. O sistema está muito fragilizado e, da forma como se está posto, não vai ser resolvido”, critica.

Correio do Povo

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