A taxa básica tem impacto em diferentes situações da nossa rotina
Na última quarta-feira, a taxa básica de juros, a Selic, subiu de 11,25% para 12,25% ao ano, e isso tem repercussão direta e indireta no dia a dia de todos nós. De forma bem prática, quando você pega um empréstimo, além de devolver o valor emprestado, precisa pagar uma quantia extra, ou seja, os juros. Traduzindo, trata-se da compensação que o banco ou o credor recebem pelo uso dos recursos por determinado tempo. Ao investir, os juros são o retorno por emprestar o dinheiro a outras instituições. A taxa pode variar por causa de diferentes fatores, como decisões dos bancos centrais, inflação, oferta e demanda de crédito, e expectativas sobre a economia.
Quanto maior o risco de inadimplência, maior é o percentual cobrado pelo empréstimo. Da mesma forma, se há muita demanda por empréstimos, as taxas de juros tendem a subir. Mas se a oferta de crédito é alta, ocorre o efeito contrário. Em geral, juros altos reduzem o consumo e os investimentos, pois eles encarecem o crédito. Já os juros baixos estimulam as compras, assim como a injeção de dinheiro em projetos e negócios.
No Brasil, a Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) é usada como referência para todas as outras taxas no país, incluindo aquelas cobradas em empréstimos bancários, financiamentos, e rendimentos de investimentos. A definição é do Comitê de Política Monetária (Copom), que se reúne a cada 45 dias para revisar e ajustar o percentual, como ocorreu esta semana. Um dos principais objetivos é controlar a inflação.
Quando ela está alta, o Copom pode aumentar a Selic para encarecer o crédito, reduzir o consumo e, assim, pressionar a diminuição dos preços. Por outro lado, quando a economia está fraca, o Copom pode reduzir a Selic para estimular o consumo e o investimento, incentivando o crescimento econômico.
De toda a forma, entender as taxas de juros ajuda a tomar decisões informadas sobre quando e como fazer empréstimos, por exemplo. Outra vantagem desse conhecimento é escolher os melhores investimentos.
Contexto da Selic no Brasil
No contexto atual do Brasil, o dólar tem batido recordes, com cotação acima dos R$ 6, e a inflação passou do teto da meta em 12 meses. Por esses motivos, além das incertezas em torno da economia global, o Copom tem mantido uma política de contração monetária, aumentando a Selic.
Esse movimento passou a acontecer após a taxa sofrer seis cortes de 0,5 ponto e um corte de 0,25 ponto, entre agosto do ano passado e maio deste ano. Nas reuniões de junho e julho, o Copom decidiu manter a taxa em 10,5% ao ano, começando a aumentar a Selic na reunião de setembro, quando a taxa subiu 0,25 ponto.
Correio do Povo
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