Com o desafio de encaixar partidos aliados no secretariado, o prefeito reeleito já anunciou alguns nomes; outros desfechos devem ocorrer nos próximos dias
Se aproximando do final do ano, a formação do novo secretariado de Sebastião Melo (MDB), prefeito reeleito de Porto Alegre, vai tomando forma. Até o momento, foram dez nomes confirmados para integrar a composição do segundo governo Melo na Capital.Em uma pasta delicada e com um passado recente de denúncias e investigações por corrupção, a Educação, o emedebista escolheu Leonardo Pascoal, do PL, atual prefeito do município de Esteio, para o comando. Anunciado há cerca de um mês, foi, estrategicamente, a primeira definição. Seus números à frente da mesma área em Esteio agradam os aliados de Melo.
Se a Educação foi um calcanhar de Aquiles para o prefeito na primeira gestão, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), também. Bruno Vanuzzi, uma escolha da cota pessoal do prefeito, será o novo diretor-geral da autarquia no lugar antes ocupado por Maurício Loss, filiado ao Podemos. Este poderá aparecer em outra área do governo, já que possui respaldo.
Na sequência de anúncios feitos por Melo, três nomes de confiança foram reconduzidos aos cargos. Cássio Trogildo (Podemos) seguirá na Secretaria de Governança e Coordenação Política; André Machado (PP), na Habitação e Regularização Fundiária; e André Coronel, ex-chefe de gabinete e coordenador da campanha à reeleição de Melo, estreará a nova função de secretário-geral de governo.
Mais recentemente, Vitorino Baseggio, vereador eleito pelo MDB, teve seu nome confirmado na Secretaria de Serviços Urbanos. Ele já atuou como adjunto na pasta, comandada por Marcos Felipi Garcia, vereador eleito pelo Cidadania, que pode receber uma realocação na gestão municipal. Uma disputa entre os dois partidos — MDB e Cidadania — foi travada para o comando da secretaria, antes do desfecho.
Na pasta do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade, Germano Bremm, atual secretário, será o responsável por dar seguimento ao trabalho realizado. Ele será um dos responsáveis por levar adiante o projeto do Plano Diretor, o mais importante em termos urbanísticos da Capital.
O desafio de encaixar os partidos
Com sete partidos, além do MDB, coligados durante a campanha eleitoral, e mais três apoios oficiais desde o segundo turno, Sebastião Melo enfrenta o desafio de encaixar as indicações no novo governo. Para isso, prioriza, acima de escolhas políticas, caminhos coerentes com cada pasta. Todos os partidos já indicaram postulantes.
A tendência é que na Secretaria de Obras e Infraestrutura, comandada atualmente por André Flores, ex-presidente do PL na Capital, tenha uma continuidade na gestão.
Já na Secretaria de Administração e Patrimônio, a permanência de André Barbosa, também filiado ao PL, não é garantida.
Foram do PL outros dois nomes anunciados nesta segunda-feira, 23: Rosani Alves Pereira será secretária de Desenvolvimento Econômico e Turismo, assumindo o cargo de Júlia Evangelista Tavares, e Lisandra Ferreira Dornelles será gestora do Gabinete da Causa Animal. Hoje, a secretária é Fabiana Ribeiro.
Outra área sensível e alvo de críticas durante o período, a Saúde deve ter um nome com experiência política e de gestão, sem ser, necessariamente, médico ou vinculado à área da saúde. Cezar Schirmer (MDB), atual secretário de Planejamento e Assuntos Estratégicos, é um nome cotado pela sua versatilidade em cargos públicos. Fernando Ritter, atual secretário de Saúde, não deve permanecer.
No Esporte, Lazer e Juventude, um imbróglio mudou a chefia da pasta. A secretária Débora Garcia (Republicanos), que não se elegeu vereadora neste pleito, deu lugar a Professor Tovi, do mesmo partido, que ficou com a primeira suplência do Republicanos no Legislativo. Professor de educação física, já foi adjunto da pasta.
Outros quadros experientes da política porto-alegrense, como Cassiá Carpes (Cidadania) e Mônica Leal (PP), não reeleitos vereadores, devem ser contemplados com um espaço no secretariado ou com o retorno à Câmara de Vereadores. Para Cassiá voltar ao plenário, Marcos Felipi e Matheus Xavier (PSDB) precisariam ser alocados em algum cargo no governo. Xavier foi indicado pelo partido para a Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc).
Correio do Povo
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