Apesar do caráter institucional, solenidade expressou polarização entre direita e esquerda com gestos contra e a favor de Lula e Bolsonaro
A 158ª Zona Eleitoral de Porto Alegre efetivou a diplomação de Sebastião Melo (MDB) para o seu segundo mandato na Capital, de Betina Worm (PL), vice-prefeita que faz sua estreia na política institucional, e dos 35 vereadores eleitos e reeleitos em outubro.
O ato foi realizado na sede do Ministério Público (MP) estadual, organizado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) gaúcho.
A diplomação efetiva o veredito das urnas e conclui, por parte do Justiça Eleitoral, o pleito municipal de 2024. É também uma etapa anterior à posse dos eleitos, que ocorre em 1º de janeiro.
“Este momento é o colamento da democracia, que finaliza o processo eleitoral. A democracia tem muitos pilares, e um deles é conviver com as diferenças. A partir de hoje, sou prefeito de quem votou em nós, em quem votou nos adversários e em quem deixou de votar”, discursou Melo.
Presidente do TRE, o desembargador Voltaire de Lima Moraes aproveitou sua fala para prestar contas da atuação do tribunal. “Foram julgados, de agosto até dezembro, 29 mil processos de registro de candidatura. Foram apresentadas 168 impugnações contra registros de candidatura. Restaram indeferidos 421 processos de registros de candidaturas. E foram apresentados 402 recursos ao TRE. Destes, 134 subiram ao Tribunal Superior Eleitoral. Esses números retratam nosso esforço.”
Além dos discursos, o prefeito, a vice e cada vereador e vereadora foram chamados ao palco para receber seu diploma da eleição.
A bancada de PT e PCdoB, partidos federados, recebeu seus diplomas exibindo placas com a exclamação “sem anistia para golpistas”. Os parlamentes Erick Dênil, Jonas Reis e Juliana de Souza repetiram a ação, assim como Natasha, que carregou uma bandeira do orgulho transexual. Já a placa de Grazi Oliveira (PSol) dizia “Sem anistia, Bolsonaro na cadeia”. Os gestos receberam muitos aplausos e muitas vaias.
O vereador Jessé Sangali (PL), campeão de votos nesta eleição, gritou um sonoro “fora Lula”, gesto muito aplaudido e também muito vaiado, rebatido por gritos de “Bolsonaro na cadeia”. O vereador Coronel Ustra (PL) foi o único a ser vaiado sem fugir do protocolo. Ele é sobrinho do ex-coronel Brilhante Ustra, reconhecidamente um dos chefes dos centros de tortura da ditadura militar. Comandante Nádia, do mesmo partido, foi uma das mais aplaudidas.
A vereadora Mariana Lescano (PP) exibiu uma bandeira da Polícia Penal. O parlamentar Márcio Bins Ely (PDT) não esteve presente.
A bancada dos partidos de esquerda também ficou sentada durante a execução do hino rio-grandense, em protesto a trecho do hino que consideram ter caráter racista.
Correio do Povo
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