Presidente deve passar pelo menos as próximas 72 horas em observação
Após ser submetido a uma cirurgia de emergência na madrugada desta terça-feira, 10, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai passar pelo menos as próximas 72 horas em observação no Hospital Sírio-Líbanês, em São Paulo. Se a recuperação ocorrer dentro do esperado, o presidente deve estar de volta a Brasília no início da próxima semana.
Segundo as informações divulgadas pela equipe médica na manhã desta terça, a cirurgia durou cerca de duas horas e foi realizado um procedimento para a drenagem de um hematoma de três centímetros na parte lateral do crânio. No local, foi instalado um dreno intracraniano, que deve permanecer na cabeça do presidente enquanto ele seguir internado.
De acordo com o cardiologista Roberto Kalil Filho, líder da equipe médica junto com Ana Helena Germoglio, a região em que foi realizada a cirurgia não tem qualquer relação com outras funções, como a fala e os movimentos, portanto não deve provocar nenhuma sequela no presidente.
Qual é o estado de saúde do presidente na manhã desta terça-feira?
A equipe médica informou que, após a cirurgia, o presidente está bem, se alimentando e consciente. Lula não teve nenhuma lesão cerebral, já que esse risco "é zero" neste tipo de procedimento.
Como será a recuperação?
Lula deve permanecer as próximas 48 horas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em observação, e depois disso deve ser encaminhado para o quarto, se tudo correr bem. O tempo na UTI é protocolar nesses casos, informou a equipe médica. O dreno ficará instalado no local do procedimento por pelo menos 72 horas, tempo que ficará em observação.
A recuperação deve ocorrer normalmente conforme é feita após cirurgias, depois haverá um controle, com exames para checar o estado de saúde. Após o período, o presidente não deve mais precisar passar por tomografias com frequência, e a chance de um novo procedimento como este, pelo mesmo hematoma, é "muito pouco provável".
Quem está no hospital com Lula?
O presidente não está recebendo visitantes. A única acompanhante é a primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, que viajou com o marido de Brasília até São Paulo. Segundo a equipe médica, a UTI do hospital permite que os familiares de qualquer paciente os acompanhem durante a internação.
Quando Lula deve voltar a Brasília?
Os médicos avaliam que, se tudo correr bem durante a recuperação o presidente deve retornar a Brasília no início da próxima semana. Até lá, o vice-presidente da República Geraldo Alckmin (PSB) deve assumir as agendas do presidente.
No entanto, não é possível saber se já no retorno para casa o presidente poderá também retornar a todas as atividades de rotina. "A depender do estado dele, ele volta a algumas atividades. Claro, começa devagar, mas pode voltar às atividades dele", disse Kalil.
O que aconteceu?
"O presidente teve um mal-estar, nós entramos em contato e foi indicada a realização de alguns exames de rotina. Passou por uma tomografia, que constatou um novo sangramento na região do cérebro. Ele fez uma ressonância magnética que comprovou o sangramento e a equipe médica optou pelo procedimento cirúrgico" explicou Kalli.
A hemorragia foi decorrente do acidente domiciliar sofrido por Lula em outubro. Na ocasião, ele caiu no banheiro do Palácio da Alvorada, sofrendo um ferimento corto-contuso na região occipital, ou seja, uma lesão com corte e contusão na parte de trás da cabeça. Após a queda, o presidente foi levado para o Hospital Sírio-Libanês da capital federal e recebeu três pontos para suturar o corte.
"Esse é um tipo de complicação comum, que pode acontecer principalmente em pessoas de mais idade", informou o médico Rogério Tuma, parte da equipe que assiste ao presidente. Segundo ele, nesses casos pode haver a queda e o coagulo só ser percebido meses depois.
Já no caso de Lula, por ter tido um acompanhamento médico desde a queda, os exames mostraram que o hematoma foi diminuindo com o passar do tempo, mas na nova bateria de exames após as queixas de dor de cabeça, nesta segunda-feira, 9, os médicos notaram que o hematoma aumentou, levando os médicos a decidirem pela cirurgia às pressas.
Qual foi o procedimento realizado?
Estadão Conteúdo e Correio do Povo
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