Presidente da Casa viu risco de falta de quórum para votações
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, suspendeu para a manhã desta quinta-feira a análise do pacote fiscal de redução de gastos, protocolado pelo governo Lula. A votação sobre o texto, que traz alterações no abono salarial e no Fundeb, foi iniciada, mas para evitar risco de falta de quórum, Lira optou pelo adiamento. O texto também disciplina os chamados 'supersalários', prorroga a Desvinculação de Receitas da União (DRU) e autoriza ajuste orçamentário em subsídios e subvenções.
O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), disse que nesta quinta-feira não haverá sessão do Congresso e que será possível votar tanto a PEC quanto o PL na Câmara. Ele afirmou ainda que haverá tempo suficiente para o Senado analisar as matérias. 'Sem risco de receio', afirmou. '(Os votos) são suficientes, vamos aprovar a PEC e o PL.’
O relator da PEC, deputado Moses Rodrigues (União-CE), divulgou nesta noite o parecer e retirou do texto a autorização para que a União, a partir de 2026, abata do Fundeb a despesa com educação em tempo integral.
O relator estabeleceu que em 2025, até 10% - e não 20% como proposto pelo governo - de complementação da União ao Fundeb poderá ser empregado em manutenção de matrículas em escolas públicas de tempo integral. Já a partir de 2026, de acordo com o texto, no mínimo 4% da complementação dos Estados e municípios ao Fundeb deverá ir para esse mesmo tipo de despesa.
Apesar de não ser uma despesa obrigatória, a previsão é de que a União gaste em torno de R$ 5 bilhões com educação em tempo integral em 2025. A proposta desenhada pelo governo Lula no pacote fiscal visa destinar 20% da complementação do governo federal ao Fundeb para essa despesa. Ou seja, o Poder Executivo poupará os recursos gastos com o ensino em tempo integral e passará a usar o dinheiro do Fundeb para bancar essa despesa.
A partir de 2026, no entanto, conforme o texto do relator, essa medida não terá efeitos aos cofres da União - apenas se o governo federal deixar de gastar com educação básica em tempo integral, que é uma despesa discricionária (não obrigatória), contando que o repasse passará a ser feito pelos Estados e municípios.
Estadão Conteúdo e Correio do Povo
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