Volume obtido em três rodadas de pregões representa 18,34% da meta definida para as operações, de 500 mil toneladas do grão
Depois de realizar três rodadas de leilões, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) obteve 91,7 mil toneladas de arroz por meio de contratos de opção. O resultado corresponde a 18,34% do volume pretendido pela estatal, de 500 mil toneladas, para formação de estoque.
O contrato de opção é uma modalidade de seguro de preços que dá ao produtor o direito, mas não a obrigação, de vender o produto para o governo, em uma data futura, a um preço previamente fixado.
Foram fechados 3.396 contratos dos 18.518 compromissos de compra oferecidos pela companhia. Cada contrato prevê o fornecimento de 27 toneladas de arroz longo fino em casca, tipos 1 e 2 da safra 2024/25. A Conab destinará R$ 162,2 milhões para a quitação dos contratos. O valor disponibilizado pelo governo federal, para a compra de até 500 mil toneladas de arroz, é de aproximadamente R$ 1 bilhão.
O resultado das operações, inferior ao previsto, reflete a baixa adesão de produtores gaúchos à proposta federal. Desde o anúncio da primeira rodada de leilões, em outubro, orizicultores do Rio Grande do Sul manifestaram seu descontentamento com o preço estabelecido pela União, de aproximadamente R$ 87 a saca. O valor é considerado abaixo do custo de produção, estimado entre R$ 90 e R$ 100.
Ainda assim, a maior parte das negociações foi realizada no Rio Grande do Sul (o Estado responde por 70% do arroz brasileiro). Das 91,7 mil toneladas contratadas, 58.455 toneladas (63,75%) poderão ser fornecidas por produtores do RS.
“Foram mais de 2 mil contratos firmados no principal Estado produtor de arroz”, ressalta o diretor de Operações e Abastecimento da companhia, Arnoldo de Campos.
Outro Estado com destaque nas operações é Mato Grosso, com 31,54% dos lotes arrematados nos pregões. Foram 1.071 contratos negociados, o que representa um volume de aproximadamente 28,92 mil toneladas do grão. Também foram oferecidos contratos para Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Tocantins.
A agricultura familiar poderá fornecer até 5,7 mil toneladas do grão. Caso seja confirmada a aquisição do volume, a Conab destinará R$ 10,11 milhões para os contratos com o setor.
Correio do Povo
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