Mais de 300 famílias aguardam posição sobre recuperação de imóveis avariados pela inundação do Guaíba em maio deste ano
Representantes do Departamento Municipal de Habitação (Demhab) de Porto Alegre realizaram neste sábado um mutirão de escuta e cadastramento de famílias atingidas pela inundação no bairro Lami, na zona Sul da Capital. Um dos objetivos do encontro foi avaliar alternativas para a recuperação de casas avariadas pela cheia do Guaíba.
São mais de 300 famílias, em torno de 1,2 mil pessoas impactadas na região. Laudos técnicos do município comprovaram danos estruturais em 24 moradias.
A artesã Silvia Elisamar da Rocha Dias afirma que teve a casa avariada pelo fenômeno climático e que luta por auxílio para recuperar o imóvel. Assim, ela esteve no mutirão desta tarde, realizado na avenida Beira-Rio.
“Durante a cheia vieram na minha casa e disseram para abandonar porque estava comprometida, agora que passou, dizem que minha casa não sofreu danos”, lamentou.
A casa de Sílvia é mista, com partes de alvenaria e de madeira. Ela alega rachaduras no reboco e aponta divisórias internas e abertura apodrecidas após o contato com a água e diz não ter dinheiro para a recuperação.
“Perdi tudo que tinha na casa, peguei os R$ 5.100,00 do governo Federal e comprei móveis, só que a casa apodreceu toda por baixo. Desde que a enchente destruiu a orla eu estou sem renda”, alega a moradora do Lami, que também pede providências para apoiar os produtores locais que participavam da feira semanal de artesanato, suspensa desde maio deste ano.
“Estou correndo atrás, mas estou morando de favor em um vizinho. Fica difícil, meu filho está morando com o pai, e ele depende de mim”, completou.
O trabalho realizado pelo Demhab no local servirá para embasar laudos e vistorias realizadas durante o período de inundação. A medida busca também apoiar os moradores na emissão de documentos exigidos pela Secretaria Nacional da Reconstrução. Há também a reavaliação de quais áreas são consideradas de risco no bairro após o fenômeno climático, o que pode resultar em proibição do retorno para parte das moradias destruídas pela água.
Correio do Povo
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