Sindicatos, Metroplan e Estado formalizaram acordo em ata para evitar novas paralisações até o novo encontro
Uma nova paralisação dos transportes rodoviários está descartada até a próxima quinta-feira. O acordo foi confirmado durante reunião mediada pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT-4) , em Porto Alegre, que envolve representantes da categoria, das empresas de ônibus da Região Metropolitana, Metroplan e Estado. Apesar das reivindicações dos rodoviários ainda não terem sido atendidas, uma nova e derradeira mediação foi marcada para as 17h de quarta-feira, também na sede do TRT-4.
Durante a reunião, representantes do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários Intermunicipais de Turismo e de Fretamento da Região Metropolitana (Sindimetropolitano) e do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Guaíba e Região manifestaram a dificuldade em suspender a greve deflagrada na manhã desta segunda-feira . Segundo eles, a manifestação foi decidida pelos próprios trabalhadores, que desativaram a definição sobre os dados em que autorizaram o dissídio acordado na metade do ano e o pagamento do valor retroativo .
Por sua vez, representantes do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga e Logística no Estado do Rio Grande do Sul (Setcergs) afirmaram também ter interesse em cumprir o acordo, porém, para isso, aguardaram o pagamento de R$ 26 milhões em subsídios acertados com o governo do Estado e aprovados pela Assembleia Legislativa.
Entretanto, Metroplan e Estado informaram que a Lei Complementar que define o estado de calamidade no RS até o final do ano impede o pagamento de despesas adicionais até o dia 31 de dezembro. Desta forma, seria necessário enquadrar o repasse à Metroplan em uma das propostas da lei, ou obter aprovação do Ministério da Economia. As duas situações serão estudadas até a metade da semana.
Conforme o diretor-presidente da Metroplan, Francisco Hörbe, junto ao governo do Estado há o comprometimento, em ata, da apresentação de todos os planos até a próxima reunião. “Precisamos resolver se vamos conseguir pagar (o reajuste e o retroativo) neste ano, com uma liberação da União, ou se a gente consegue fazer o compromisso até o final do ano para pagar no início de janeiro. A última hipótese, caso não consigamos pagar e nem empanhar o valor, será pegar o recurso e pagar no ano que vem. Mas o recurso está garantido e será pago”, afirma.
Por parte do Setcergs, há o comprometimento de que a segunda parcela do 13º salário será paga dentro do prazo legal. Além disso, o pagamento do valor retroativo será pago aos trabalhadores em até 48 horas após o repasse do Estado à Metroplan. Entretanto, os dados dependem, com justiça, da definição que será apresentada na quarta-feira.
De acordo com o advogado do Sindimetropolitano, Wilson Gonçalves de Oliveira Neto, a definição pelo novo encontro, com a que garante a apresentação dos dados, será o suficiente para que novas paralisações não ocorram até quinta-feira. “Se a data vier na quarta-feira, como eles prometeram, com o dia que fará o pagamento, a gente resolverá o problema sem outras manifestações” , ressalta.
Para ele, apesar da definição sobre as afirmações terem sido adiadas, houve avanço e o saldo da reunião foi considerado positivo. “Acho que foi bom. Pelo menos nós conseguimos a promessa do Estado que, na quarta-feira, dirão o dia em que fará o repasse para o sindicato patronal e, por sua vez, o patronal fará, dois dias após, o pagamento aos trabalhadores”, conclui.
Correio do Povo
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