Praias lotadas e comércio movimentado evidenciam alta procura por aluguéis, com imóveis esgotados em diversos balneários
O Litoral Norte gaúcho já vive um intenso movimento para a virada do ano, com ruas, comércios e supermercados cheios, além de praias lotadas. A alta procura por imóveis para aluguel nesta época tornou-se ainda mais acentuada em 2024 e, quem deixou para a última hora, enfrenta dificuldades para encontrar opções disponíveis.
Segundo a corretora de imóveis Vera Frantz, a demanda superou as expectativas, com reservas feitas ainda no início do ano. "As casas que administro para locação de temporada foram alugadas para o Réveillon já em maio. Desde sexta-feira, o movimento na praia cresceu incrivelmente", destaca.
Vera, que também atua na administração de imóveis via plataformas como Airbnb, relata que o cenário atual é de lotação praticamente total. "A procura para o Ano-Novo sempre é muito grande, mas este ano surpreendeu. Até sexta-feira ainda tinha gente procurando. A praia está com um movimento similar ao que via somente no dia 31. Fica quase impossível encontrar algo disponível para a virada", explica.
A corretora relata que a situação fica evidenciada com a grande movimentação em todas as cidades. “É tudo abarrotado, todos os supermercados lotados. As ruas entre Xangri-Lá e Capão da Canoa praticamente não andam de tanto movimento de carros”, conclui.
O delegado regional do Sindicato da Habitação do RS (Secovi/RS-Agademi), Marcelo Callegaro, corrobora a percepção de alta demanda. Ele estima um aumento de 20% a 30% na procura por imóveis em relação aos últimos anos, especialmente devido à coincidência dos feriados no meio da semana. "Com isso, as locações se estenderam por períodos mais longos. Algumas famílias estão alugando por 30 dias ou até dois meses, algo que era comum no passado, mas que perdeu força nos últimos anos com a redução do período de férias", observa.
Outro fator que pode ter impulsionado o fluxo de visitantes ao litoral, segundo Callegaro, foi a recente tragédia das enchentes que atingiram o Estado. Ele compara o movimento deste verão ao boom registrado no período pós-pandemia. "Assim como naquela época, as pessoas buscam recuperar o tempo perdido e momentos de lazer, o que pode explicar o aumento de intensidade na procura por imóveis agora", avalia.
A busca por acomodações de última hora, no entanto, já é quase inviável. Callegaro alerta que as opções restantes são extremamente limitadas. "Quem deixou para agora encontra, na melhor das hipóteses, imóveis em praias menores. Mas a qualidade já não é a mesma, e muitos acabam desistindo ou pagando valores mais altos por opções abaixo do esperado", comenta. Apesar disso, ele afirma que os preços em geral permaneceram estáveis, com variações mínimas em relação aos anos anteriores.
Para os próximos meses, o delegado do Secovi projeta que a tendência de locações por períodos mais longos deve se manter. "Além de janeiro, há famílias que já garantiram estadia para todo o verão. Esse comportamento reforça a importância de se planejar com antecedência para evitar surpresas ou gastos desnecessários com reservas de última hora", finaliza.
Correio do Povo
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