Suspeito é um médico saudita do aproximadamente 50 anos que vive na Alemanha desde 2006
Um motorista avançou com seu veículo contra uma multidão em um mercado de Natal nesta sexta-feira, 20, na cidade de Magdeburgo, no norte da Alemanha, e deixou dois mortos e mais de 60 feridos, indicaram as autoridades locais, que cogitam a hipótese de um "atentado".
Um suspeito foi detido próximo ao mercado, anunciou a polícia pouco depois. Segundo Reiner Haseloff, chefe de governo do estado federado de Saxônia-Anhalt, do qual Magdeburgo é a capital, o suspeito é um médico saudita do aproximadamente 50 anos, que vive na Alemanha desde 2006.
Por sua vez, o chefe de governo alemão Olaf Scholz considerou que o incidente "suscita os piores temores".
Segundo a Prefeitura de Magdeburgo, o atropelamento, no qual "um veículo avançou a grande velocidade contra a multidão no mercado de Natal" deixou pelo menos um morto e 68 feridos.
Pouco antes, os serviços de resgate tinham indicado à AFP que o incidente havia deixado entre "60 e 80" pessoas feridas, muitas em estado grave.
O Ministério do Interior de Saxônia-Anhalt também disse à AFP que partia do princípio de que foi um "atentado".
"Foi um acontecimento horrível, nas vésperas do Natal", declarou Haseloff à emissora de televisão pública MDR.
Segundo o serviço de emergência, há vários feridos em "estado grave" pelo incidente.
A polícia dessa cidade, de cerca de 250 mil habitantes e capital estadual, informou que uma "grande intervenção" ainda está em curso no mercado de Natal, em mensagem publicada na rede social X.
Redobrar a vigilância
O canal de televisão NTV mostrou ambulâncias e caminhões dos bombeiros no lugar do ataque, feridos sendo levados a hospitais e socorristas instalando dispositivos de ajuda para as vítimas.
A ministra do Interior, Nancy Faeser, pediu recentemente um aumento da vigilância durante os mercados natalinos, mas sem mencionar ameaças concretas.
O serviço de inteligência advertiu que os mercados de Natal eram um "objetivo ideologicamente apropriado para as pessoas motivadas pelo islamismo" radical.
Em dezembro de 2016, a Alemanha foi palco de um violento atentado contra um mercado natalino.
Aquele ataque, no centro de Berlim, deixou 12 mortos e foi reivindicado pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI).
Vários atentados e projetos de atentados islamistas, que envolveram cidadãos estrangeiros, chocaram o país nos últimos meses.
No fim de agosto, um ataque com faca, cometido por um cidadão sírio e reivindicado pelo grupo EI, deixou três mortos e vários feridos em uma festividade em Solingen, no oeste do país.
Em junho, outro ataque com faca, atribuído a um afegão e cometido durante uma concentração anti-islã em Mannheim, deixou um policial morto, que tinha se colocado entre o agressor e as pessoas que lá estavam reunidas.
Em setembro, um homem de 27 anos, de nacionalidade síria e suspeito de ter laços com o islamismo radical, foi detido por preparar um ataque com um facão contra soldados alemães em uma cidade da Baviera, no sul.
Desde o ataque do movimento islamista palestino Hamas no sul de Israel em 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra na Faixa de Gaza, as autoridades alemãs redobraram sua vigilância diante da ameaça islamista e do aumento do antissemitismo, como também foi feito em outras partes do mundo.
Em mensagem na rede X, o presidente francês Emmanuel Macron escreveu que "a França compartilha a dor do povo alemão e expressa toda a sua solidariedade".
Por sua vez, a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni disse que estava "profundamente chocada" por este ataque "brutal".
AFP e Correio do Povo
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