Motivo do crime ainda é desconhecido
O homem que assassinou o diretor-executivo de uma empresa de seguros de saúde na última quarta-feira, em Nova York, já pode ter deixado a cidade, afirmaram, nesta sexta (6) as autoridades, que tentam identificá-lo por meio de um celular, uma garrafa de água, amostras de DNA e imagens das câmeras de segurança.
Os investigadores têm "razões para acreditar" que o suspeito deixou Nova York, declarou nesta sexta-feira a comissária do Departamento de Polícia nova-iorquino, Jessica Tisch, à CNN.
O suposto autor do chocante assassinato de Brian Thompson, o CEO da UnitedHealthcare, uma das maiores empresas de seguros de saúde dos Estados Unidos, havia chegado de ônibus a Nova York em 24 de novembro, provavelmente vindo de Atlanta (Geórgia, sudeste dos EUA).
O suspeito se hospedou em um albergue no norte de Manhattan com uma identidade falsa.
O prefeito de Nova York, Eric Adams, havia declarado a uma TV local que as investigações estavam "no caminho certo".
"Essa pessoa estava com o rosto coberto e usamos o trabalho policial à moda antiga para encontrar a foto que vocês veem", disse Adams a uma TV local.
A foto, na qual a pessoa procurada aparece sorrindo, teria sido tirada na recepção do albergue, quando a recepcionista flertava com o suposto assassino.
Trata-se de um jovem branco que desapareceu em uma bicicleta enquanto pedalava em direção ao Central Park, depois de matar pelas costas o executivo de 50 anos, que se preparava para entrar na conferência anual de investidores da empresa em um hotel central de Manhattan.
O FBI, que auxilia o Departamento de Polícia de Nova York, também publicou duas fotografias do suspeito e ofereceu uma recompensa de 50.000 dólares por qualquer informação que resulte na sua captura.
Segundo imagens das câmeras de segurança, ele não estava com a mochila cinza clara com a qual cometeu o assassinato ao sair do parque, mas a polícia ainda não encontrou o objeto, segundo o jornal The New York Times.
As autoridades acharam, no entanto, um telefone no Central Park que acreditam pertencer ao suspeito, bem como uma garrafa de água. A polícia também analisa o DNA de objetos presentes na cena do crime.
O motivo do assassinato ainda é desconhecido, mas nos estojos de bala encontrados no local do homicídio havia inscrições como "atrasar" ou "negar", palavras familiares para muitos usuários de seguros de saúde em um país onde os serviços médicos não estão ao alcance de todos.
Pouco depois do assassinato, Tisch afirmou que "todos os indícios apontam para um ataque premeditado, planejado com antecedência e dirigido a um alvo específico".
Jessica Tisch, a principal responsável pelo Departamento de Polícia de Nova York, afirmou após o assassinato do executivo de 50 anos que "todos os indícios apontam para um ataque premeditado, planejado com antecedência e dirigido a um alvo específico".
O assassino agiu sozinho?
A polícia não acredita que o atirador seja um assassino de aluguel, embora ele tivesse experiência com armas de fogo, tenha usado um silenciador - pouco comum entre os criminosos profissionais -, provavelmente tenha agido sozinho e soubesse por qual porta do hotel seu alvo entraria.
O assassinato, longe de gerar indignação, provocou uma avalanche de mensagens críticas contra as companhias de seguros, em um país onde uma doença prolongada pode significar a ruína para muitas famílias.
A UnitedHealth Group é uma das maiores empresas de seguros médicos dos Estados Unidos, com 440.000 funcionários. No ano passado, a subsidiária de seguros comandada por Thompson, cuja remuneração chegou a 10,2 milhões de dólares (R$ 61,4 milhões na cotação atual), faturou 281 bilhões de dólares (cerca de R$ 1,7 trilhão na cotação atual).
Alimentadas pelas redes sociais, as ameaças contra executivos e suas famílias, especialmente nas áreas de saúde, biomedicina e farmacêutica, registraram um grande aumento nos últimos anos, segundo Chris Pierson, diretor-executivo da BlackCloak, uma empresa de proteção digital voltada para estes profissionais, citado pela imprensa local.
AFP e Correio do Povo
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