Apenas 2 membros da tripulação sobreviveram e não apresentam risco de vida
Autoridades da Coreia do Sul atualizaram ontem para 179 o número de mortos no acidente com a aeronave da companhia aérea Jeju Air que levava 181 pessoas. Apenas 2 membros da tripulação sobreviveram e não apresentam risco de vida após o pior desastre aéreo do país em quase três décadas.
O voo 7C2216 havia decolado de Bangcoc, na Tailândia, e estava pousando no Aeroporto Internacional de Muan, no sudoeste da Coreia do Sul, quando caiu por volta das 9h da manhã de ontem, horário local (21h de sábado em Brasília).
Segundo as autoridades, o avião se partiu em tantos pedaços que apenas a cauda era identificável. Imagens do acidente mostram o avião com cores branca e laranja deslizando pela pista de decolagem com a parte inferior em contato direto com o solo, sem os trens de pouso. Ele desliza para fora da pista, bate contra um muro e explode se transformando numa bola de fogo laranja.
Investigações preliminares indicam que o trem de pouso do avião parecia apresentar defeito. Eles questionam ainda se pássaros atingiram o jato ou se o mau tempo interferiu de alguma forma na tragédia.
Além de sul-coreanos, uma equipe da agência federal de investigações dos EUA e da Boeing, fabricante da aeronave, averiguam o que ocorreu. Os pilotos do voo 7C2216 foram alertados pelo aeroporto em Muan sobre uma potencial colisão com pássaros enquanto eles estavam pousando, disse Ju Jong-wan, diretor de política de aviação do Ministério de Terras, Infraestrutura e Transporte.
Ele disse ainda que a aeronave emitiu um alerta de socorro logo depois, e então fez o pouso forçado. As caixas pretas, essenciais para determinar a causa do acidente, foram recuperadas.
Pedido de desculpas
A Jeju Air, empresa dona do Boeing 737-800 que colidiu, pediu 'sinceras desculpas' e lamentou os transtornos causados pela tragédia. Por meio do Instagram, a empresa disse que fará o possível 'para lidar com o acidente'.
O site da Jeju Air, que ficou fora do ar logo depois da explosão do avião, passou a exibir a mensagem. Em um outro comunicado no Instagram, Kim Yi-bae, CEO da Jeju Air, disse ser 'difícil determinar a causa do acidente' no momento e que se 'deve aguardar o anúncio oficial da investigação das autoridades governamentais'.
O CEO disse ainda que assumiria 'total responsabilidade' pelo ocorrido, independentemente da causa. Logo após a publicação dos dois posts com os comunicados, o perfil da empresa saiu do ar.
A Boeing, empresa fabricante do 737-800, disse que estava em contato com a Jeju Air e estava pronta para ajudar a companhia aérea.
Pior tragédia em décadas
A tragédia deste final de semana foi o pior acidente aéreo envolvendo uma empresa de aviação sul-coreana desde que um jato da Korean Air bateu em uma colina em Guam, um território dos EUA no Pacífico ocidental, em 1997, matando 229 das 254 pessoas a bordo.
Acredita-se ainda ser este o acidente mais letal em todo o mundo desde o do voo 610 da Lion Air em 2018, que matou todas as 189 pessoas a bordo quando o avião caiu no Mar de Java.
A colisão de ontem foi o primeiro acidente com mortos da companhia aérea sul-coreana de baixo custo que foi estabelecida em 2005 e voa para dezenas de países na Ásia.
Até a noite de ontem, apenas 65 dos mortos puderam ser identificados por meio de suas impressões digitais e outros meios, segundo as autoridades. Alguns corpos estavam tão danificados que foi impossível para as autoridades identificar o gênero.
Durante todo o dia, centenas de familiares dos passageiros enfrentavam a dolorosa espera por notícias. Os nomes dos mortos eram divulgados em listas coladas no aeroporto. Lamentos e gritos de dor ecoavam no local.
Sobreviventes
Segundo a agência sul-coreana Yonhap News um dos dois sobreviventes disse aos médicos o seguinte: 'Quando acordei, já tinha sido resgatado', segundo relatou o diretor do Hospital da Universidade Ewha Womans em Seul, Ju Woong.
O sobrevivente, de 33 anos e de sobrenome Lee, era comissário de bordo. Ele está em terapia intensiva após sofrer fraturas nas costelas, na escápula e na parte superior da coluna.
A outra sobrevivente é uma comissária de bordo de 25 anos de sobrenome Koo. Ela está sendo cuidada no Centro Médico Asan, no leste de Seul, segundo a Yonhap News. Sua condição é estável, embora tenha sofrido ferimentos no tornozelo e na cabeça. (Com agências internacionais)
Estadão Conteúdo e Correio do Povo
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