Diretório da Capital tem história recente marcada por situações que abalam sua imagem
Principal diretório no RS, o núcleo do MDB em Porto Alegre tem enfrentado nos últimos anos uma série de percalços. No passado recente, a prisão de um dirigente no exercício do cargo abalou a sigla na Capital. Neste ano de 2024, o comando da legenda na maior cidade do Estado voltou aos holofotes, em função de investigações realizadas sobre dirigentes em diferentes momentos, inclusive o atual. O MDB é o terceiro maior partido em número de filiados da Capital. Está no comando da cidade desde 2021. E elegeu três vereadores no pleito deste ano, um a menos do que em 2020. A troca do comando partidário na Capital deverá ocorrer em maio de 2025, para quando estão marcadas as convenções municipais.
Novembro de 2024: por determinação judicial, o vereador em exercício Pablo Melo e o titular de um cargo em comissão na Procuradoria-Geral do Município (PGM) Mateus Viegas Schonhofen são afastados de suas funções públicas por 180 dias (seis meses). Eles são, respectivamente, secretário-geral e tesoureiro do MDB de Porto Alegre. Pablo é filho do prefeito reeleito, Sebastião Melo.
A decisão judicial ocorre no âmbito da operação Capa Dura, que investiga suspeitas de fraude licitatória e associação criminosa na Secretaria Municipal de Educação de Porto Alegre (Smed). A polícia cumpre ainda mandatos de busca e apreensão no gabinete e na residência do vereador. O tesoureiro também é alvo de buscas. Até esta sexta-feira ambos permaneciam como membros ativos da executiva no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Com a saída de Pablo da Câmara, Cezar Schirmer reassume o mandato. Schirmer é o titular da vaga. Foi eleito em 2020. Mas, após ser nomeado para o secretariado municipal, Pablo, que havia ficado na suplência, ficou com a cadeira. Schirmer, um dos principais articulistas da campanha vitoriosa de Melo à reeleição, estava à frente da pasta do Planejamento e Assuntos Estratégicos.
Janeiro de 2024: por determinação judicial, o presidente do MDB de Porto Alegre, Alexandre Borck, é afastado de suas funções públicas por 180 dias. Devido a isso, ele deixa o cargo de secretário extraordinário de Modernização e Gestão de Projetos na prefeitura da Capital.
Borck não se afasta do comando partidário. Mas também não retorna ao secretariado. Em julho, reassume as funções no primeiro escalão apenas para cumprir um rito burocrático, solicitando exoneração imediata. Antigo quadro do MDB, o dirigente já exerceu diferentes funções junto a administrações ou mandatos de lideranças partidárias.
Antes de se tornar presidente da legenda na Capital, em 2022, Borck foi cinco vezes secretário-geral. Até a Capa Dura, ele estava indicado para coordenar a campanha do prefeito Sebastião Melo à reeleição. Após as investigações, não assumiu posto oficial na campanha da majoritária.
Outubro de 2019: o vereador André Carús é preso durante a operação Argentários, da polícia civil, que investiga crimes contra a administração pública e associação criminosa no âmbito do Legislativo municipal. Além de vereador, Carús é então presidente do MDB de Porto Alegre, cargo para o qual havia sido eleito dois meses antes, em agosto. Após a operação, ele renuncia ao mandato de vereador e também à presidência do partido, e abandona a vida pública. Quem assume seu lugar no comando do MDB é o então deputado estadual Tiago Simon.
Correio do Povo
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