Levantamento do CP indica que declarações em tom de ameaça estão longe de ser uma exceção na temporada
O empate com o Cruzeiro no Mineirão ficou em segundo plano na entrevista coletiva de Renato Portaluppi, na última quarta-feira. Como já aconteceu em outras oportunidades, o técnico do Grêmio voltou a atacar jornalistas. Dessa vez, foi além e chegou a sugerir que torcedores pudessem pressionar até mesmo familiares dos profissionais.
“Se continuarem mentindo, eu vou dar nomes aos bois, vou chamar de mentiroso, covardes. Vocês também têm família, têm filhos, andam por aí e o torcedor conhece. Alguns de vocês vão começar a passar dificuldade também. Não tenho medo de ninguém da imprensa. Respeito e sou profissional, se forem profissional comigo”, disparou.
A relação conturbada de Renato com a imprensa se intensificou bastante nesta temporada, ficando mais evidente no segundo semestre. Conforme levantamento do CP, só no Brasileirão foram oito ataques em 30 coletivas após os jogos. Na maioria delas, pede respeito e profissionalismo, mas, em tom de ameaça, promete divulgar à torcida os nomes daqueles que não considera profissionais.
“Eu vou bater de frente sempre com vocês, porque não tenho medo de vocês. Eu sou um perigo para vocês”, disse, após a derrota para o Criciúma. “É por isso que vocês não entram mais no CT. Quando entram, vocês criticam. Vocês ganham dinheiro em cima do clube”, acusou após o empate contra o Juventude, na Arena. Na quarta-feira, ameaçou não conceder mais entrevistas: “Se continuar essas invenções de notícias para tumultuar o ambiente, eu vou ser o primeiro a conversar com a direção e pedir para não dar mais entrevistas. Já que vocês não querem ser profissionais, não vou mais falar”.
Após a repercussão negativa, Renato se manifestou na tarde de quinta-feira via nota oficial. No texto, nega que tenha ameaçado os jornalistas e reitera ser contrário a qualquer tipo de violência: “O que vemos cada vez mais no futebol é a total falta de respeito por parte, principalmente, de jornalistas identificados. (...) Será que é fácil para os filhos dos jogadores, para as famílias dos jogadores, ouvir esse tipo de coisa? Como será que é a vida dos filhos dos jogadores, dirigentes, treinadores, quando esse tipo de coisa acontece? O que aconteceria se durante uma entrevista um profissional do futebol respondesse assim: ‘Acho que seu chefe deveria mandar você embora”, questiona.
Confira outras ocasiões que Renato fez a acusações a jornalistas durante o Brasileirão deste ano:
"Querem respeito, demonstrem respeito. Vocês (jornalistas) parem de inventar. Ou não respondo mais nenhuma pergunta”, após Grêmio 1x2 Botafogo, 16 de junho
"No momento que vocês querem paciência do lado de cá, se vocês ficarem dando notícia errada e inventando, vai ficar difícil de vir aqui e dar entrevista para vocês”, após Atlético-GO 1x1 Grêmio, 26 de junho
"Eu vou bater de frente sempre com vocês, porque não tenho medo de vocês. Eu sou um perigo para vocês. (...) Eu nunca vou baixar a cabeça para vocês, pode ter certeza disso. Eu sempre vou respeitar vocês, mas o quanto vocês falam de besteira no dia a dia é uma coisa absurda. Eu sempre vou matar no peito, porque eu nunca escuto vocês, não leio, mas as pessoas me falam”, após Grêmio 1x2 Criciúma, 25 de setembro
“Vocês não conhecem o vestiário, vocês nunca chutaram uma bola. (...) Vocês querem ser profissionais dessa maneira? Vocês querem que nós sejamos profissionais, mas vocês são profissionais? São mesmo? Eu estou falando para quem está inventando essas histórias. Como vocês querem ser profissionais?”, após Fluminense 2x2 Grêmio, 1º de novembro
"É por isso que vocês não entram mais no CT. Quando entram, vocês criticam. Vocês ganham dinheiro em cima do clube”, após Grêmio 2x2 Juventude, 20 de novembro
“Eu sou muito bom. Sou bom demais. O que vocês fazem com os treinadores não dá, não. (...) Se continuarem mentindo, eu vou dar nomes aos bois, vou chamar de mentiroso, covardes. Vocês também têm familia, têm filhos, andam por aí e o torcedor conhece. Alguns de vocês vão começar a passar dificuldade também. Não tenho medo de ninguém da imprensa.”, após Cruzeiro 1x1 Grêmio, 27 de novembro
Correio do Povo
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