terça-feira, 19 de novembro de 2024

Avicultura gaúcha aguarda fim de restrições às exportações

 Embarques da proteína gaúcha ainda tem embargos da China, do Chile e do México, mesmo depois de encerrado o foco da doença de NewCastle



A avicultura gaúcha está otimista com a possibilidade de plena retomada de exportações do setor. De acordo com o presidente da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos, é possível que as restrições de Chile, China e México, os três grandes mercados que ainda permanecem fechados, terminem até fevereiro ou março de 2025.

O Rio Grande do Sul identificou em julho deste ano a existência de um foco de doença de NewCastle, no Vale do Taquari. No mesmo mês, a ocorrência sanitária foi encerrada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) reconheceu, no dia 24 de outubro, o fim da doença de NewCastle no Brasil, 90 dias depois do fim do foco.

“Estamos bastante otimistas em relação à China. Podemos ter uma resposta a qualquer momento da reversão. O Chile pode levar uns dois ou três meses para se posicionar. O México vai avaliar documentação”, disse José Eduardo.

O dirigente explicou que, enquanto China e México se concentram agora no exame de documentação relativa ao episódio, Chile provavelmente enviará uma comitiva ao RS para avaliar presencialmente a situação.

“O Chile é bem importante no setor de ovos. O México é um país emergente nas importações. Faz pouco tempo que ele abriu para o mercado brasileiro, para frango, ovos e material genético. Iniciamos as exportações para lá no ano passado, com uma fatia de 2,5% das exportações, umas 16 mil toneladas. A tendência era ir crescendo este ano. China e Oriente Médio são grandes potenciais importadores do Brasil e do Rio Grande do Sul”, descreveu o presidente da Organização Avícola.

José Eduardo salientou que as enchentes de abril e maio e ocorrência da doença de Newcastle, em julho, impactaram os embarques avícolas do Estado.

“Nosso volume de exportação deveria ter crescido, no mínimo, em torno de 3%. Vamos empatar com o ano passado ou vamos ter um recuo de 3% a 4%. A tendência, porém, é recuperarmos com força total no ano que vem”, projeta.

Levantamentos da Associação Brasileira de Proteína Animal indicam que, em dez meses de 2024, nove encerraram com queda nos embarques do setor no Rio Grande do Sul, o oposto do que vem ocorrendo em outros estados, como Paraná e Santa Catarina.

Setembro foi o único mês de 2024 que o RS registrou alta na atividade, quando embarcou 63,2 mil toneladas, superando em 12,4% o total no mesmo período do ano passado.

Nesta segunda-feira, 18, a Organização Avícola lembrou a retirada dos embargos, recentemente, por Rússia, África do Sul e Peru.

“Muitos importadores estão pressionando seus governos. O Rio Grande do Sul é um tradicional exportador, tem histórico e uma trajetória de exportação. Estamos prontos para retomar”, garantiu José Eduardo.

Correio do Povo

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