sexta-feira, 25 de outubro de 2024

Sebastião Melo trabalha pela consagração eleitoral com votação expressiva

 Neste domingo, eleitores de Porto Alegre voltam às urnas para eleger quem governará a cidade na próxima gestão; O Correio do Povo conta um pouco da trajetória dos candidatos

Atual prefeito nasceu no interior de Goiás e chegou à cidade em 1978 

Exatamente 20 dias depois do primeiro turno, os porto-alegrenses vão voltar às urnas neste domingo (27) para escolher quem governará Porto Alegre. Dois projetos diferentes em vários pontos e também apresentados por duas lideranças trajetórias políticas distintas. Ambos não nasceram em Porto Alegre, mas criaram aqui a sua casa e o seu berço político.

Sebastião Melo, do MDB, passou boa parte da vida política na Câmara dos Vereadores e chegou ao comando do Paço Municipal na segunda tentativa, em 2020. Nesta campanha, defende a continuidade da sua gestão com a justificativa de que há mais a ser feito.
Maria do Rosário, do PT, também foi vereadora, mas acumula sete mandatos como deputada federal, tendo a capital como base. Se vitoriosa, levará o PT ao comando do Paço duas décadas depois de o partido ter encerrado um período de 16 anos no comando da prefeitura.
A seguir, o Correio do Povo traz um pouco da trajetória dos candidatos que disputam o segundo turno de Porto Alegre:

Sebastião Melo (MDB) talvez seja o prefeito mais improvável da história de Porto Alegre. Goiano de Piracanjuba, teve infância e juventude distantes não apenas fisicamente da prefeitura da capital. Seu início de vida humilde nada remete aos privilégios do poder. Mesmo após ingressar nas instituições políticas, ficou dois anos sem mandato. Agora, tem a chance de ser o segundo a ser eleito prefeito duas vezes na cidade.
Melo nasceu em 24 de julho de 1958. Até os 15 anos, trabalhava com os pais na lavoura, Lázaro e Maria, e os seis irmãos. Depois, passou a viver na zona urbana, onde trabalhou como balconista até os 18 anos. Aos 19, em 1978, inspirado por um casal de gaúchos que morava em seu bairro e buscando crescer na vida, mudou-se para Porto Alegre, onde trabalhou em lancheria, na Ceasa e em lojas de material de construção.
De imediato, o recém-chegado se envolveu com o então PMDB. Na época, na ditadura militar vigorava o bipartidarismo. Opositor à atuação da Arena, que dominava Piracanjuba, ao chegar em Porto Alegre se filiou ao seu partido em 1981 e foi apadrinhado pelo então senador Pedro Simon. Estudou Direito e advogou até se eleger vereador.
Melo foi insistente. Concorreu a vereador e sofreu derrotas em quatro eleições seguidas: 1982, 1988, 1992 e 1996. Em 2000, chegou a disputar prévias para se candidatar à prefeitura para, no fim, chegar à Câmara Municipal, onde foi reeleito em 2004 e 2008. Em 2012, tornou-se vice-prefeito de José Fortunati, hoje seu adversário e um dos principais apoiadores de Maria do Rosário (PT).

Em 2016, novamente tentou ser prefeito, mas perdeu para Nelson Marchezan Júnior (PSDB). Em 2018, foi convencido a concorrer a deputado estadual, fez uma campanha focada em Porto Alegre e chegou à Assembleia Legislativa.
Em 2020, figurava empatado com outros dois candidatos de centro-direita: Marchezan e Fortunati. Um movimento jurídico de sua campanha apontou irregularidades na chapa de Fortunati, que foi cassada. Ele herdou os votos e venceu.
O prefeito chega às urnas após uma campanha de poucos deslizes. Confrontado em debates por polêmicas como as enchentes, supostos casos de corrupção na Educação e o incêndio na Pousada Garoa, não elevou o tom de voz, e não se deixou abater nem demonstrou fraqueza.
Pelo contrário. Foi um candidato sólido. Mesmo convivendo com temas que naturalmente minariam a popularidade de um gestor, ficou a apenas 0,28 pontos percentuais de ser reeleito em primeiro turno. No segundo, elevou as críticas contra sua adversária e o PT. Neste 2024, abraçou um estilo popular - “povão”, como define - que foi simbolizado em seu chapéu de palha. Rebateu críticas e adotou o termo “chinelão”, alcunhado contra ele, como uma armadura.
No domingo, sua aliança não busca apenas a vitória eleitoral, mas uma votação expressiva que chancele um projeto de centro direita para Porto Alegre.

Correio do Povo

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