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quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Milei demite chanceler após voto da Argentina a favor de Cuba na ONU

 País vota historicamente contra embargo dos EUA, mas presidente rechaçou a decisão

Diana Mondino seguiu cartilha tradicional do país na ONU 

O presidente e ultraliberal argentino Javier Milei substituiu sua chanceler, Diana Mondino, pelo embaixador do país em Washington. A decisão ocorre após a Argentina votar nesta quarta-feira (30), na ONU, contra o embargo imposto há décadas pelos Estados Unidos a Cuba, informou a presidência.

"O novo chanceler da República Argentina é o senhor Gerardo Werthein", o até então representante diplomático nos Estados Unidos, escreveu na rede social X o porta-voz da presidência, Manuel Adorni.

Horas antes, na Assembleia Geral da ONU em Nova York, a Argentina havia apoiado uma resolução contra o embargo dos Estados Unidos a Cuba, aprovada com 187 votos a favor, dois contra - Estados Unidos e seu aliado Israel, ambos próximos ao governo de Milei - e uma abstenção, da Moldávia.

O gabinete do presidente emitiu um comunicado que afirma que a Argentina "se opõe categoricamente à ditadura cubana e se manterá firme na promoção de uma política externa que condene todos os regimes que perpetuam a violação dos direitos humanos e das liberdades individuais".

A Argentina "defenderá os mencionados princípios em todos os fóruns internacionais dos quais participa e o Poder Executivo iniciará uma auditoria do pessoal de carreira da Chancelaria, com o objetivo de identificar promotores de agendas inimigas da liberdade", acrescentou o texto, referindo-se ao fato de que a chanceler havia "apresentado sua renúncia".

Milei repostou uma publicação de uma deputada que dizia: "Orgulhosa de um governo que não banca e nem é cúmplic

A Argentina vota historicamente na ONU contra o embargo econômico promovido pelos Estados Unidos à ilha, como fez também nesta ocasião.

A imprensa local informou, citando fontes anônimas da chancelaria, que não era conveniente para o país se pronunciar contra Cuba, pois os votos da ilha e seus aliados seriam necessários em futuros pedidos ao Reino Unido pela soberania das Ilhas Malvinas.

AFP e Correio do Povo

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