“Mais uma vez, a exemplo do pleito de 2022, a eleição carregará para a história uma mácula inaceitável em uma democracia: a da censura. O debate de ideias e propostas; a contraposição de opiniões, posicionamentos; as críticas justas e até mesmo as injustas, passíveis de eventuais reparações por direitos de resposta ou punições mais graves: todas as principais premissas de uma eleição livre foram ceifadas neste ano com o bloqueio do X no Brasil ocorrido há pouco mais de um mês de os brasileiros irem às urnas.
Para quem ainda tinha dúvidas de que as sanções à empresa de mídia de Elon Musk eram de ordem política, a decisão de Alexandre de Moraes na semana passada não poderia ser mais esclarecedora. Após cumprir com todas as ordens ilegais emanadas da caneta de Alexandre de Moraes para que a rede fosse restabelecida, ainda assim o ministro do STF decidiu que a empresa deveria cumprir novas exigências – novamente, sem qualquer base legal. Exigiu o pagamento de uma nova multa de R$ 10 milhões de reais, supostamente em virtude de a rede ter funcionado clandestinamente por algumas horas no país por uma mudança de servidor; e multou a representante do X no Brasil em R$ 300 mil sem, tampouco, dar qualquer explicação sobre o critério para aplicar uma sanção de tal absurdo montante.
Pior: Alexandre de Moraes exigiu que o X abrisse mão de quaisquer recursos que lhe coubessem no caso, ferindo de morte o devido processo legal e o direito de acesso à Justiça que deveria ter qualquer cidadão neste país. Todo esse imbróglio criado pelo ministro cujo processo de impeachment é urgente e já está atrasado, esconde o que o ditador de toga não tem pejo de assumir na própria decisão de bloqueio: seu principal objetivo com o bloqueio do X foi o de censurar os brasileiros durante a eleição.”
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Leia a íntegra do meu artigo na Gazeta do Povo em:
https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/marcel-van-hattem/mais-uma-eleicao-sob-censura/
Marcel van Hattem
Fonte: https://www.instagram.com/p/DA2FZ-TN4BC/?e=b8c84824-a571-40b6-90c1-45f307c516ca&g=5
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