Uso de ferramentas de IA generativa na AL é maior que a média global
O uso por brasileiros e mexicanos de ChatGPT e ferramentas de IA generativa, como o Gemini, está acima da média global, revelou a pesquisa “Digital Consumer Insights 2024”, realizada pela consultoria Omdia e divulgada durante a programação da Futurecom nesta quarta-feira, 9.
Enquanto a média global do GenAI foi de 66%, a América Latina foi de 73% de acordo com a pesquisa. O Brasil fica atrás apenas de Índia, China, Egito e Arábia Saudita.
Essa estatística ressalta até que ponto a IA está se tornando parte da vida cotidiana e do trabalho na região, com consumidores digitais latino-americanos demonstrando notável curiosidade e interesse em adotar essas novas tecnologias.
A pesquisa revela ainda que, no Brasil, 40% dos consumidores digitais utilizam a IA principalmente para trabalho ou estudo, destacando uma forte adoção para uso profissional.
Brasileiros planejam aumentar os gastos com assinatura de jogos on-line
A pesquisa também trouxe novos elementos para entender os hábitos de consumo de serviços digitais por parte dos consumidores latino-americanos. O levantamento identificou que cerca de 39% dos entrevistados planejam aumentar os gastos com assinatura de jogos on-line, isso é mais do que o dobro das intenções de aumento de gasto com telefonia móvel.
A pesquisa também apontou que confiabilidade, bom sinal de Wi-Fi e bom suporte ao cliente são comparativamente mais importantes do que velocidade de internet mais rápidas no serviço de banda larga fixa.
Quanto ao 5G, 89% dos entrevistados entendem a tecnologia como simplesmente mais velocidade na internet móvel, e apenas 26% planejam comprar um telefone mais moderno por causa do 5G.
O estudo "Digital Consumers Insights" realizou 20 mil entrevistas em 20 países, em agosto deste ano (2024). Foram entrevistados consumidores com perguntas sobre temas como 5G, IA, serviços de streaming, banda larga. Ela busca entender os hábitos de consumo de serviços digitais. Países entrevistados: Austrália, Brasil, Canadá, China, Egito, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, Malásia, México, Arábia Saudita, África do Sul, Coréia do Sul, Espanha, Turquia, EUA e Reino Unido.
Pandemia e leilões adiados atrasaram expansão da 5G
Embora a América Latina já tenha atingido 47 milhões de conexões 5G até ao primeiro trimestre de 2024, países importantes, como Argentina e Colômbia demoraram a disponibilizar o espectro. Os maiores países da região (Brasil e México) já fizeram investimentos mais intensos em 5G e fibra e outros estão apenas iniciando suas implementações. Chile, Porto Rico, Brasil e México, por exemplo, ultrapassaram a quota de 10% do 5G, enquanto outros, como a Argentina, o Peru e a Colômbia iniciaram a implementação do 5G tardiamente.
“A América Latina está ficando atrás não apenas dos países desenvolvidos, mas também de outras regiões em desenvolvimento, como Oriente Médio e Ásia, em termos de adoção do 5G. Uma primeira onda com poucos países, com pausa devido à pandemia, seguida por uma segunda onda com leilões realizados na República Dominicana, Chile e Brasil em 2021. Outro hiato é que os leilões de espectro foram adiados para o final de 2023 em países importantes como Colômbia e Argentina”, destaca Ari Lopes, gerente sênior de Service Providers Americas da Omdia.
“O que Omdia verificou em seu levantamento são pilotos e testes comerciais com 5G no segmento B2B, mas também de forma tímida porque na área corporativa o ciclo de adoção para novas tecnologias é mais longo porque as empresas não conectam tecnologia nova e não testada às suas atividades principais, além do custo elevado e baixa disponibilidade dos dispositivos”, explica Hermano Pinto, diretor do Futurecom.
Correio do Povo
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