Essas áreas haviam sido poupadas dos combates até agora, e as autoridades russas não detalharam os motivos da decisão
"Com base em informações operacionais, para garantir a segurança, o Estado-Maior regional decidiu pela evacuação obrigatória das localidades dos distritos de Rylsky e Khomutovsky", escreveu no Telegram Alexei Smirnov, governador interino da região de Kursk.A Rússia ordenou, nesta segunda-feira, 16, a evacuação, por motivos de "segurança", de localidades situadas a menos de 15 quilômetros da fronteira com a Ucrânia na região russa de Kursk, onde Kiev realiza uma ofensiva desde o início de agosto.
Essas áreas haviam sido poupadas dos combates até agora, e as autoridades russas não detalharam os motivos da decisão.
"Com base em informações operacionais, para garantir a segurança, o Estado-Maior regional decidiu pela evacuação obrigatória das localidades dos distritos de Rylsky e Khomutovsky, situadas em uma área de até 15 quilômetros da fronteira com a Ucrânia", escreveu no Telegram Alexei Smirnov, governador interino da região de Kursk.
Smirnov também pediu aos cidadãos que "entendam a situação atual" e "sigam as recomendações" das autoridades.
A Ucrânia lançou em 6 de agosto um ataque na região russa de Kursk que surpreendeu Moscou, avançando centenas de quilômetros quadrados e tomando dezenas de localidades.
A operação, iniciada mais de dois anos depois do início da ofensiva russa na Ucrânia, é a maior realizada por um exército estrangeiro em território russo desde a Segunda Guerra Mundial.
Mais de 150 mil pessoas foram evacuadas desde o início da operação, segundo Moscou.
O anúncio foi feito no momento em que a Rússia lançou uma contraofensiva na região, onde recuperou o controle de pelo menos 12 localidades na semana passada.
A Ucrânia, com menos efetivos e munições do que a Rússia, está na defensiva há um ano. As forças russas ganham terreno, especialmente no leste ucraniano, onde reivindicam diariamente a tomada de localidades.
"Pura provocação"
O chefe da diplomacia ucraniana, Andrii Sibiga, convidou a ONU e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) nesta segunda-feira a visitar a região de Kursk ocupada pela Ucrânia.
"A Ucrânia está disposta a facilitar seu trabalho e demonstrar sua adesão ao direito internacional humanitário", disse Sibiga na rede social X.
A Rússia classificou o convite como "pura provocação" e pediu que a ONU e a Cruz Vermelha o rejeitem.
A ONU, por sua vez, condicionou a visita ao consentimento de Moscou.
"Estamos prontos para fazê-lo. Precisaremos da permissão da Rússia", disse o porta-voz Stephane Dujarric nesta segunda-feira.
As tropas russas ocupam cerca de 18% do território ucraniano, e Moscou reivindica a anexação de quatro regiões da Ucrânia, além da Crimeia, que foi anexada em 2014.
A presidente do CICV, Mirjana Spoljaric, chegou nesta segunda-feira a Moscou em uma visita que estava prevista há muito tempo. Ela se reunirá na terça-feira com o chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov.
Sua visita ocorre poucos dias depois da morte de três funcionários ucranianos do CICV em um bombardeio na região de Donetsk, no leste da Ucrânia.
O presidente ucraniano, Volodimir ZelenskY, atribuiu o ataque ao Exército russo e o qualificou de "novo crime de guerra" dos russos.
Zelensky afirmou na sexta-feira que a ofensiva em Kursk freou o avanço russo no leste da Ucrânia, um dos objetivos da operação.
"Na região de Kharkiv [nordeste], o inimigo foi detido e seu avanço na região de Donetsk [leste] foi desacelerado, mesmo que a situação lá seja muito difícil", declarou.
Por outro lado, o presidente russo, Vladimir Putin, considerou no início do mês que a operação ucraniana em Kursk era um fracasso e que as forças russas "aceleraram as operações ofensivas" no front leste.
AFP e Correio do Povo
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