segunda-feira, 9 de setembro de 2024

Projeto de nova fábrica da CMPC depende de resolução de gargalo logístico em Rio Grande

Investimento em Barra do Ribeiro só será confirmado se empresa puder operar terminal no porto gaúcho

Toda a celulose exportada pela CMPC é embarcada no Porto de Rio Grande 

Enquanto busca fechar contratos que garantam o suprimento de madeira para abastecer a planejada nova fábrica de celulose, a multinacional chilena CMPC tem pressa para resolver um gargalo crucial para a confirmação do investimento estimado de R$ 24 bilhões. O projeto Natureza CMPC depende da resolução de uma questão logística para a exportação da celulose. A empresa já fez uma manifestação de interesse privado ao governo do Estado para participar de licitação pública e operar um terminal no Porto de Rio Grande. Para isso, a companhia aguarda que a Secretaria do Patrimônio da União (SPU) conceda a área ao governo estadual, para que seja feita a concorrência pública.

“Sem esse terminal, não tem como fazer o investimento. Isso é chave para nós”, destaca o diretor-geral da unidade Guaíba da CMPC, Antonio Lacerda.

Conforme o diretor, o processo de transferência ao Estado está em andamento em Brasília e tem apoio do governador Eduardo Leite e do secretário de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo. “Essas questões têm que estar resolvidas para que a gente consiga a aprovação final da empresa”, reforça Lacerda.

Expectativa

O empreendimento deve gerar cerca de 12 mil empregos durante as obras e outras 1,5 mil vagas diretas e indiretas na operação, que terá capacidade anual para produção de 2,5 milhões de toneladas de celulose branqueada de eucalipto. A indústria deve ser erguida com modernas tecnologias industriais, para ampliar a competitividade da empresa e manter altos indicadores de proteção ambiental e social no Brasil. O titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Ernani Polo, está acompanhado o caso.

“Nas últimas duas vezes em que estive em Brasília, participei de reuniões na SPU para tratar sobre o avanço deste tema, que está em andamento. Temos a expectativa de que esse ponto se defina neste mês”, disse Polo.

Atualmente, 20% da madeira chega por hidrovias à fábrica da unidade Guaíba da CMPC. Para o novo projeto, que prevê uma indústria em Barra do Ribeiro com capacidade para 2,5 milhões de toneladas anuais, a empresa calcula que até 30% da matéria-prima será transportada pelo mesmo modal, enquanto 100% da celulose produzida é exportada via fluvial. As cheias de maio assorearam o canal do Lago Guaíba, exigindo investimentos da empresa. “A gente limpou o canal há dois anos e vamos ter de refazer agora, ao custo de R$ 10 milhões”, conta Lacerda.

Correio do Povo

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