quarta-feira, 25 de setembro de 2024

Economia do RS recuou 0,3% no segundo trimestre de 2024 com impacto das enchentes

 Dados relativos ao PIB de abril, maio e junho foram divulgados nesta terça-feira pelo Governo do Estado

Dados foram apresentados pela secretária Danielle Calazans e por técnicos da Secretaria Estadual de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG) 

Os reflexos diretos da enchente na economia do Rio Grande do Sul foram conhecidos nesta terça-feira, com a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado do segundo trimestre de 2024. Segundo o governo, a economia do RS recuou 0,3% no período entre abril, maio e junho, um dos mais críticos da crise climática vivida no Estado, se comparado com o primeiro trimestre do ano. Já em comparação com o mesmo período em 2023, quando o Estado sofria com a estiagem, o PIB cresceu 4,6%.

Os dados foram elaborados por técnicos do Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG). Segundo a secretária da pasta, Danielle Calazans, o trimestre apresentou diferentes realidades, iniciando com um mês de abril onde a economia estava muito bem, impulsionada pela indústria e pro agronegócio, mas logo sofreu com a recessão imposta pela enchente em maio, e finalizou com indícios de retomada em junho.

“Este era um PIB muito esperado em função das dúvidas de como o Estado se comportaria após a catástrofe climática. Nós vamos precisar ver os próximos trimestres para entender qual foi o tamanho desse impacto. O que pode ter melhorado o resultado deste trimestre, evitando uma queda maior, foram as políticas públicas adotadas desde o início da tragédia, tanto pela iniciativa privada, como pelo Governo do RS e União. Mas, pelo tamanho da queda, foi uma notícia boa”, destacou.

A apresentação dos resultados foi feita pelo pesquisador Martinho Lazzari, do DEE. No segundo trimestre de 2024, os três grandes segmentos da economia também passaram por diferentes realidades. Enquanto a Agropecuária registrou variação positiva de 5,3%, puxada pela safra, principalmente da soja, o segmento de Serviços teve apenas 0,1% de aumento e a Indústria registrou queda de 2,4%. No mesmo período, o PIB do país registrou crescimento de 1,4%.
Na indústria, das 14 principais atividades industriais, 10 apresentaram queda em relação ao mesmo período em 2023, em especial a atividade de Máquinas e equipamentos (-26,3%), Produtos químicos (-10,9%) e Produtos alimentícios (-5,1%). Com exceção da Indústria de Transformação, os demais setores registraram alta, com destaque para a Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (+37,9%).

No acumulado do primeiro semestre do ano, o PIB do RS teve crescimento de 5,4% contra 2,9% do Brasil. A recuperação da produção agrícola em 2024 em relação ao ano anterior, ainda afetado por estiagem, marcou os números da Agropecuária. Dentre os principais grãos, houve crescimento de 43,8% na produção de soja e de 13,6% na de milho. “Sem as enchentes neste ano, o número que apresentaríamos aqui seria muito positivo”, completou Lazzari.


Prévia de julho de 2024

Na divulgação do PIB do segundo semestre de 2024 no RS, também foram apresentados alguns indicadores relacionados ao mês de julho, que fazem parte do estudo do terceiro trimestre deste ano. Ainda conforme Martinho Lazzari, os primeiros dados são positivos, com crescimento na Indústria de Transformação (8,4%) e no Comércio Varejista Ampliado (13,6%).

Entre as atividades do Comércio Varejista Ampliado, o destaque está no setor de Móveis, com crescimento de 26,5% e de Materiais de Construção, com aumento de 23,9%. Este aquecimento da economia também é refletido na geração de empregos formais. Em julho, o indicador voltou a ficar positivo, com +6.690 vagas, depois de dois meses no negativo em função da enchente.

Correio do Povo

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