domingo, 15 de setembro de 2024

Chama Crioula chega em Porto Alegre e acendimento no Palácio Piratini dá início à Semana Farroupilha 2024

 Chama também foi acesa na Assembleia Legislativa, na Brigada Militar e na Prefeitura de Porto Alegre; festejos farroupilhas serão marcados pela resiliência do RS

Cavalarianos desfilaram pelas ruas do Centro Histórico da Capital para dar início à Semana Farroupilha 2024 

Os farrapos invadiram a Capital. Se entre 1835 e 1845 os revolucionários não conseguiram tomar a Leal e Valorosa Cidade de Porto Alegre, os próximos dias serão marcados pela tomada dos farroupilhas na Capital de todos os gaúchos. Isso porque, neste sábado, o acendimento da Chama Crioula, gerada no Alegrete, a terceira capital dos farrapos durante a revolução, abriu oficialmente a Semana Farroupilha 2024 no Palácio Piratini.

O ato, assim como o ano 2024 para os gaúchos, foi marcado pela resiliência. A chama, trazida a cavalo da Fronteira Oeste até Porto Alegre, até teimou em não acender, mas logo depois, no bater de casco de cavalo, pegou forma. Coube à presidente do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), Ilva Maria Borba Goulart, entregá-la ao vice-governador Gabriel Souza para oficializar o início da semana dos festejos. Segundo a presidente, o acendimento da chama marca a fortificação do tradicionalismo no RS.

“A chama acesa aqui nos dá certeza de que o movimento e o Estado seguem firmes. Somos um povo forte que se levanta a cada intempérie. É essa força que o RS tem de seguir em frente. E nesta semana os farrapos estão aqui. Se naquela época os farroupilhas lutaram contra o império, hoje nós lutamos pela esperança e pela reconstrução. Tenho certeza que muitos deles daquela época estarão nos ajudando nesta tarefa”, relatou Ilva.

Um dos momentos marcantes da abertura da Semana Farroupilha 2024 foi a participação de Marianita Ortaça, filha do patrono dos Festejos Farroupilhas deste ano, Pedro Ortaça, um dos quatro troncos missioneiros. Ela iniciou a fala declamando versos de Jayme Caetano Braun e reforçou a necessidade de que homenagens aos expoentes da cultura gaúcha sejam feitas ainda em vida. “Meu pai é muito mais que um exemplo de artista, é um exemplo de ser humano. Ele ajudou a criar a identidade de um povo. Os outros troncos missioneiros não tiveram a felicidade de receber este tipo de homenagem em vida. Que isso seja um grito de alerta para valorizar e reverenciar enquanto as pessoas ainda estão aqui”, completou.


Acendimento no Piratini, ALRS, BM e Prefeitura

Ao longo da manhã, a tropa de sete cavalarianos percorreu as principais ruas do Centro Histórico para distribuir a Chama Crioula. O primeiro momento ocorreu no Palácio Piratini, onde o vice-governador destacou a resiliência do RS como fato que marcará os festejos. “Estamos dando a volta por cima, que é uma característica do povo gaúcho. Neste ano, nós homenageamos aqueles que infelizmente pereceram na catástrofe climática, mas também agradecemos a todos homens e mulheres que colaboraram para salvar vidas de pessoas e de animais. Nós temos essa tradição de um povo guerreiro, peleador, resiliente e também de solidário”, afirmou Gabriel Souza.

Logo após, a chama foi acesa na Assembleia Legislativa do RS (ALRS), onde os cavalarianos e membros do MTG foram recebidos pelo deputado Valdir Bonatto. “Este é um momento único que marca o início de uma grande semana. Os valores, princípios e a história dos gaúchos, que sempre garantiram a superação de dificuldades, são expressos nesta semana, cultuando e valorizando a nossa tradição”, relatou o deputado.

Já no Comando-Geral da Brigada Militar (BM), o subcomandante e coronel Douglas da Rosa Soares destacou que a história da BM se entrelaça com a história do povo gaúcho. “Isso acontece tanto nos momentos de alegria quanto nos momentos de tristeza. Em maio, a BM esteve junta para trabalhar no salvamento e no acolhimento das pessoas. A Brigada Militar sempre estará junto com o povo gaúcho e, principalmente, com o movimento tradicionalista. Temos aqui uma chama de esperança para que o RS tenha momentos melhores”, apontou.

Por fim, o grupo também acendeu a chama em frente ao Paço Municipal. No local, eles foram recebidos pela secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa, Liliana Cardoso. “É a chama da reconstrução. O próprio prédio do Paço foi duramente atingido pelas enchentes. Temos essa responsabilidade de acender essa chama e reafirmar que a esperança está firme para reconstruir o RS e a Capital de todos os gaúchos”, finalizou.

Correio do Povo

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