Sebastião Melo, Maria do Rosário e Felipe Camozzato precisaram lidar com nova dinâmica de confronto para colocar suas respectivas estratégias em prática
O debate organizado pelo Conselho Regional de Administração (CRA) em parceria com a Unisinos abriu a maratona de debates que os candidatos à prefeitura de Porto Alegre terão nesta semana. A série de enfrentamentos começou na mesma batida dos demais encontros. As únicas novidades ficaram por conta da dinâmica, que precisou ser alterada pela presença de apenas três candidatos.
Sebastião Melo (MDB), Maria do Rosário (PT) e Felipe Camozzato (Novo) participaram do evento. Juliana Brizola (PDT) foi a ausência dentre os convidados. Melo defendeu a própria gestão e rebateu críticas. Rosário apontou as falhas do governo emedebista. Camozzato, se apresentando como candidato anti-sistema, criticou ambos.
De imediato, a candidata do PT polarizou com o atual prefeito. Ela abriu o debate perguntando a opinião de Camozzato sobre a gestão Melo. Após a resposta, disse haver dois projetos em disputa na Capital, antagonizando o de Melo ao seu - algo que repetiria outras vezes durante o encontro. Aproveitando a ausência de Juliana, se colocou como a única alternativa para barrar a reeleição.
Devido à dinâmica do confronto, que não permitia que candidatos perguntassem a quem lhes fizesse uma pergunta, ela adotou uma estratégia clara e confessa: perguntar a Camozzato para posteriormente ser questionada por Melo. Todos os confrontos com tema livre seguiram esta ordem.
“O meu objetivo foi revelar que, até mesmo nas perguntas, ele tem dificuldade de colocar-se com respostas efetivas, mas ele pretende apenas repetir o que já fez”, disse, em entrevista após o debate.
Camozzato, então, precisou direcionar todas suas perguntas ao atual prefeito - algo que não era planejado pelo candidato do Novo. Assim, não teve possibilidade do confronto direto. Quando foi questionado por Maria, fez críticas a Melo. Quando foi questionado pelo prefeito, fez críticas ao PT. “A circunstância não me permitiu fazer perguntas diretas à Maria”, lamentou, também em entrevista.
Buscando rivalizar com todos seus adversários e se colocando como candidato anti-sistema, sobrou até para Juliana, que esteve ausente: “Me estranha muito que não esteja presente, porque já é o terceiro debate que ela não aparece. Gostaria de provocar e perguntar se, quando e se ela governar Porto Alegre, na hora que precisa também não vai estar presente”.
No contra-ataque, Melo foi o último dos três a poder fazer questionamentos: todos direcionados a Rosário. Buscou, então, explorar pontos fracos do PT e fez perguntas relacionadas ao tema fiscal, primeiro, falando do Orçamento da Capital e, depois, sobre taxas na mobilidade urbana. “Sem equilíbrio fiscal, não se busca empréstimo e os governos do PT, historicamente, gastam muito em déficit”, afirmou.
A educação foi tema recorrente. Tanto Rosário quanto Camozzato citaram o baixo desempenho de Porto Alegre no Índice de Desenvolvimento da Educação (Ideb) e os escândalos na gestão da Secretaria Municipal da Educação (Smed). Já o emedebista disse que a educação é compartilhada com o Estado e que buscou investigar os casos na Smed, apesar de reconhecer uma “dificuldade” com o Ideb.
Os sistemas de proteção contra cheias e as enchentes, apesar de recorrente tema no debate, não balizaram o confronto desta vez.
Correio do Povo
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