Estação Farrapos foi reaberta nesta manhã, em retomada alusiva à Revolução Farroupilha
Presidente da Trensurb, Ernani Fagundes, em evento de retomada na Estação FarraposA Trensurb retomou as atividades em Porto Alegre. O serviço voltou a operar na manhã desta sexta-feira, com circulação do Vale do Sinos até a Estação Farrapos, na zona Norte. A retomada ocorre após 140 dias de interrupção gerada por chuvas e enchentes.
Os trens circulam no trecho entre as estações Novo Hamburgo e Farrapos das 5h às 23h, com intervalos de 15 minutos, em dias úteis e sábados. Nos domingos e feriados, o intervalo entre as viagens é de 20 minutos. O serviço também volta a funcionar nas estações Fátima e Niterói, em Canoas, além de Anchieta e Aeroporto, na Capital.
A tarifa em viagens até o Centro de Porto Alegre continuará sendo cobrada em R$ 4,50. A passagem inclui o serviço de transbordo, com ônibus fretados pela Trensurb, entre as estações Farrapos e Mercado (Terminal Júlio de Castilhos), com uma parada de embarque e desembarque, apenas até a Estação São Pedro.
Na Estação Farrapos, uma coletiva de imprensa marcou a retomada das operações nesta manhã. O presidente da Trensurb, Ernani Fagundes, chegou ao local em um dos vagões, aludindo a retomada com as celebrações da Revolução Farroupilha na mesma data.
"Na data em que o Rio Grande do Sul celebra a Revolução Farroupilha, a população também comemora o êxito da reabertura da Estação Farrapos. Diante de toda a catástrofe que sofremos com a inundação, fomos buscar ajuda na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, que nos permitiu adquirir equipamentos que não existem no Brasil”, disse.
De acordo com o presidente da estatal, o baixo investimento na indústria ferroviária nacional é o maior desafio da volta da Trensurb. Ele alega que, por conta da falta de peças no Brasil, até a aquisição de trilhos é precisa ser feita nos mercados europeu e chinês.
A estimativa dele é que a Trensurb faça a retomada integral das atividades até o dia 24 de dezembro. Entretanto, a recuperação de duas subestações que registraram perda total na enchente pode dificultar a concretização do plano.
"Nós não temos nem como adquirir trilhos, que é o material mais básico das ferrovias, no nosso país. Imaginem então o que significa adquirir retificadores de energia, que alimentam os trens com eletricidade em corrente contínua. Essa é a função das subestações. A Trensurb possui cinco, sendo que duas sofreram perdas totais na inundação”, afirmou o presidente da empresa.
Ernani Fagundes destacou que é preciso recuperar ao menos uma das subestações danificadas, mas o processo de aquisição de novos equipamentos ainda passará por licitação. Na visão dele, o resultado ideal seria ter um vencedor do certame ainda em outubro. Entretanto, o presidente da Trensurb enfatizou que não há como garantir que isso ocorra dentro do prazo esperado.
O curso da recuperação do sistema de trens é estimado em R$ 400 milhões. O governo federal já repassou R$ 164 milhões do montante, sendo que a estatal pretende investir mais R$ 20 milhões do orçamento na missão.
Com a retomada das cinco estações, a estatal projeta aumento de 20 mil tripulantes por dia nas viagens, que atualmente somam cerca de 50 mil passageiros diários. A projeção é que, com uma retomada total, a Trensurb voltaria a atender mais de 100 mil.
Correio do Povo
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