Nutricionista da Jasmine traz indicações que podem impactar a saúde materna e o desenvolvimento do bebê
Grão integral de aveia é uma fonte rica de ferro, diz nutricionistaO leite materno é o alimento padrão-ouro para bebês de até seis meses, segundo estudos da literatura científica corroborados pelo Ministério da Saúde e Organização Mundial de Saúde. Isso porque, segundo a nutricionista Karla Maciel, da marca Jasmine, o alimento é o mais completo que existe.
“O leite materno traz todos os nutrientes essenciais, sejam eles macronutrientes (proteínas, carboidratos e lipídeos) ou micronutrientes (minerais e vitaminas) para o desenvolvimento e crescimento saudável do bebê. Para garantir a nutrição adequada nessa fase, é importante ter uma rotina de cuidados tanto para a própria mãe como para o bebê”, explica.
“A lactação gera alta demanda energética e de nutrientes críticos, por isso é considerada uma fase em que as mulheres são particularmente mais vulneráveis do ponto de vista nutricional, afinal, elas precisam produzir leite de qualidade em termos de nutrição e em quantidades suficientes para atender a demanda do bebê de forma exclusiva”, pontua.
Existem diversos fatores que afetam a composição do leite materno, influenciado principalmente pela ingestão alimentar da mãe, sua composição corporal e reservas de gordura corporais. Confira as indicações da nutricionista:
Alimentos para incluir nas refeições
- Alimentos variados: legumes, verduras, frutas, sementes oleaginosas, cereais integrais e carnes magras são essenciais nas refeições do dia a dia.
- Aveia: “Uma segunda estratégia para aumentar a produção de leite é fazer uso de galactagogos naturais, substâncias que ajudam a estimular as glândulas mamárias a secretar mais leite materno, sendo que eles podem ser farmacêuticos ou naturais, como sementes de feno-grego, cardo-santo e a aveia”, destaca Karla Maciel.
“O grão integral de aveia é uma fonte rica de ferro. Meia xícara de aveia seca apresenta em média 2mg de ferro, em torno de 20% do que as mães que amamentam precisam por dia. Baixos níveis deste mineral são conhecidos por inibir o suprimento de leite. Além disso, também traz uma alta composição de outros nutrientes essenciais, fibras e proteínas. O ideal é consumir o alimento todos os dias de diferentes formas – salpicada no iogurte e em frutas ou em receitas”, complementa Karla.
Peixes e sementes de chia e de linhaça: a dieta de mães que amamentam deve incluir ácidos graxos poli-insaturados. “Vale lembrar que a quantidade de gordura no leite materno muda e, por isso, a dieta materna pode afetar a composição dos ácidos graxos. O EPA e o DHA são extremamente importantes para a acuidade visual e o desenvolvimento neural do bebê”, alerta.
A profissional ainda informa que a ingestão materna desses componentes se dá por meio do consumo de peixes e sementes de chia e linhaça. “A chia possui naturalmente alto teor de fibras e é fonte de minerais como fósforo, magnésio, manganês e selênio. É também importante fonte vegetal de ácidos graxos poli-insaturados (ômegas 3 e 6), enquanto a linhaça é fonte de fibras e magnésio, e possui alto teor de ômega 3”, explica. “Ambas podem ser adicionadas a sucos de frutas, sobre frutas in natura, saladas ou utilizadas para enfeitar diversos pratos, salpicadas ou adicionadas a massas no preparo de receitas de pães, bolos e biscoitos.”
Quais alimentos evitar
Alguns alimentos devem ser contidos, de acordo com a tolerância de cada mãe e dos sinais que o bebê traz conforme o aleitamento materno. Os comumente restritos incluem:
- cafeína;
- alimentos crus;
- alimentos picantes;
- produtos ultraprocessados com aditivos químicos, como adoçantes artificiais e conservantes.
Leite materno como nutrição e proteção
“O leite materno garante a formação adequada de todos os sistemas corporais, mas principalmente no amadurecimento do sistema imunológico e defesas celulares, na formação da microbiota intestinal saudável e no desenvolvimento do cérebro e do sistema cognitivo (aprendizado, humor, raciocínio, memória, atenção)”, diz a nutricionista.
Outros benefícios são a redução do número de episódios de diarreia e cólicas intestinais, fortalecimento respiratório, redução do risco de desnutrição e melhora da absorção de nutrientes importantes do leite materno, como o ferro e o zinco.
Um outro ponto importante listado por Karla Maciel é que o leite materno, principalmente o colostro produzido nas horas iniciais após o parto, é rico em componentes nutricionais que chamamos de lactoferrina e lisozima, responsáveis por aumentar o sistema imunológico contra uma infinidade de micro-organismos, diminuindo, assim, o risco de infecções no bebê.
A amamentação também influencia a saúde física e psíquica. “Amamentar é muito mais do que nutrir a criança. É um processo que envolve interação profunda entre mãe-bebê, o qual gera repercussões positivas no estado nutricional da criança, em sua habilidade de se defender de infecções, em sua fisiologia, no seu desenvolvimento cognitivo e emocional e em sua saúde no longo prazo”, conclui a nutricionista.
Correio do Povo
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