Candidata do PL abre série de entrevistas com quatro vices na corrida pela prefeitura de Porto Alegre
Betina Worm é a vice na chapa de Sebastião Melo na disputa pela prefeitura de Porto AlegreO Correio do Povo inicia nesta terça-feira uma série de entrevistas com quatro candidatos à vice-prefeitura de Porto Alegre com partidos com representação na Câmara dos Deputados. Em meia hora, a vice de Sebastião Melo (MDB), Betina Worm, do PL, que estreia na carreira política, se apresenta e avalia os desafios da capital. Tamyres Filgueira (PSol), Thiago Duarte (União) e Raqueli Baumbach (Novo) serão os próximos entrevistados.
A seguir, os principais trechos.
Quem é Betina Worm?
Tenho 59 anos. Sou militar, mas estou agregada para poder concorrer. Me formei em veterinária em 1989 na Ufrgs, onde fiz residência em clínica e cirurgia em animais de pequeno e grande porte. Tive uma clínica na José Bonifácio, a rua do Brique, durante quase 10 anos. Entrei no Exército como tenente-temporária. Depois prestei concurso, fui aprovada e na sequência vim para o 3º batalhão de suprimento em Nova Santa Rita porque queria voltar para Porto Alegre. Mesmo morando no que seria o filé do Rio de Janeiro, na Zona Sul, a uma quadra da praia. Queria voltar e a vaga era em Nova Santa Rita. Continuaria morando em Porto Alegre.
O que te levou à política?
Fecho 25 de coturno em fevereiro. Quando surgiu esse convite, num primeiro momento foi uma surpresa e depois se tornou uma missão. Sempre admirei o Melo. Não tenho dúvidas que foi e é o melhor prefeito de Porto Alegre. Quando houve o convite do PL para que eu concorresse a vice, até pensei que seria para outro candidato. Não seria interessante. Uma coisa é ser vice de um prefeito que admiro e gosto, outra seria ser de alguém que eu não gosto, não concordo. Seria inviável. É uma forma de fazer a diferença. Tenho experiência em gestão, administração e licitações. Tudo que envolve a gestão da máquina pública na esfera federal é revestido pela mesma legislação que envolve a municipal. Sou uma pessoa que tem valores, tenho a disciplina e hierarquia do Exército. Trago bagagem técnica de mãe, de empreendedora. Sei o que é entrar o mês devendo aluguel, salário, fornecedores, impostos. Sou bastante competente nos cuidados, na gestão de forma geral, principalmente valorizando o emprego correto do dinheiro público.
Como foi o convite do PL?
A pessoa que chegou em mim eu já conhecia há bastante tempo: a vereadora Nádia (Gerhard). Ela e o (Luciano) Zucco são as duas pessoas que eu conheço dentro do PL. Ela me mandou uma mensagem perguntando se eu estava no quartel, sabia onde eu servia, e veio conversar comigo.
A Nádia foi até o quartel?
Sim. Veio me convidar em nome do partido. O Zucco me conhece muito bem porque ele era militar, eu trabalhei com ele no Quartel General do Exército, então não havia nenhuma dúvida da parte da indicação do Zucco. Eu fiquei surpresa, mas depois feliz por poder fazer a diferença. Sei que não tenho a experiência de políticos, mas sou uma pessoa correta, honesta, que quer o melhor para a cidade.
O que pensa em termos de ideologia e o que traz de valores para essa eleição?
Não gosto das propostas que envolvem a esquerda. São sempre propostas que tangem estatizações, controle, uma ótica muito diferente da ótica que seria dos partidos mais de direita, ou centro-direita. Eu me identifico com valores que envolvem o centro e a direita. Não me identifico com valores da esquerda.
Quais são os principais desafios de Porto Alegre?
A estruturação que envolve a segurança de águas (proteção contra cheias) é uma coisa a ser repensada. O projeto é da década de 1960. Além de ter se mostrado ineficiente - ele não havia sido testado em outra situação -, se vê que foi construído de forma insuficiente. Não só como projeto original, ele foi construído abaixo das medidas previstas pelo DNOS (Departamento Nacional de Obras de Saneamento). Por exemplo, os diques, como o do Sarandi, todos têm uma média de 2 a 3 metros abaixo do projeto original. O segundo desafio envolve segurança, mas a prefeitura tem investido bastante nisso. A parte da saúde, que temos uma sobrecarga muito grande por causa do afluxo estadual dos pacientes. De 30% a 40% dos pacientes que chegam para atendimento especializado são oriundos do interior do Estado. Outro desafio é a situação de concluir o acesso a creches e educação. Foram abertas 1,5 mil vagas neste ano e vão abrir mais no próximo.
Caso eleita e, daqui a quatro anos, quando sair uma matéria no Correio do Povo sobre como foi a gestão, o que gostaria de ver na manchete?
Tenho certeza que vamos ver que foi uma gestão excelente. Gostaria muito de ver que as pessoas reconhecem isso, politicamente e no seu cotidiano. E que isso seja o que a população comece a perseguir. Que não queira dar marcha ré. Porto Alegre não quer andar para trás, não quer retroceder. Quer ser uma cidade convidativa, que o empreendedor consiga trabalhar e crescer. Que a gente busque o assistencialismo, mas que as pessoas saiam do assistencialismo por serem autônomas, que gostam que a vida seja boa e correta. Não acho que estatizar seja uma opção. Não acho que buscar linhas alternativas que trazem Porto Alegre há décadas bem pouco produtivas seja uma opção.
Correio do Povo
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