Problema foi discutido em reunião da Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação (Cuthab) da Câmara Municipal nesta semana
Acúmulo de lixo na rua Tamandaré, zona sul de Porto AlegreO lixo irregular vem perturbando há vários anos moradores da Vila Nossa Senhora das Graças, bairro Cristal, em Porto Alegre. Mas, nesta semana, houve um fato novo que pode ter trazido certa esperança a eles: a instalação de uma placa, por parte da Prefeitura, da presença de câmeras de monitoramento que podem flagrar eventuais irregularidades na deposição do material. Ela também informa que neste ponto, na rua Tamandaré, junto ao número 1.020, o descarte é proibido.
Entre um terreno do Departamento Municipal de Habitação (Demhab), hoje tomado pelo mato alto e pelo lixo, e um edifício residencial, uma viela leva a um conjunto de casas de famílias em situação de vulnerabilidade social. Uma solução do órgão, disseram os moradores, é aguardada desde 2015. Ali, também há presença do entulho, seja espalhado pelo local ou alocado em grandes sacos, reflexo do trabalho dos catadores. “Vim morar para cá há 30 anos, e só o que mudou foi o prédio mesmo”, contou a dona de casa Sandra Oliveira. “E o descarte ocorre em qualquer hora do dia ou da noite.”
A área também é insegura, com ocorrências de assaltos, e, embora a Prefeitura proceda regularmente com a retirada do lixo da calçada do terreno público, que em tese é cercado, mas conta com trechos abertos, assim como a limpeza das bocas de lobo, estes trabalhos não são suficientes. Os moradores da vila culpam também os vizinhos do edifício de contribuírem com o descarte irregular, e dizem que, até há pouco tempo, a viela era formada apenas de terra, dificultando o trânsito de pessoas. Assim, eles colocaram pedaços de pedras, buscando facilitar o acesso.
“Eu mesmo não tenho pátio, então acabo reciclando aqui mesmo”, afirmou a recicladora Elisiane Saraiva. A reportagem procurou o síndico do edifício, que não quis se manifestar, mas um morador, que não quis ser identificado, disse que diariamente há queima de resíduos na região, causada justamente pelos moradores da vila ao lado. “Eu mesmo já abri alguns protocolos quanto a isto, geralmente uns dois por semana. Às vezes, as próprias pessoas da comunidade vão catando na rua, e o que não interessa para elas vão descartando aqui”, afirmou ele.
Na terça-feira, a Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação (Cuthab) da Câmara Municipal realizou uma reunião para tratar do lixo descartado incorretamente neste local. De acordo com a comissão, a proposta do encontro foi da vereadora Karen Santos. A Cuthab ainda informou que a responsabilidade da guarda e limpeza do terreno são do Demhab, conforme consulta ao Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), e que este deve proceder ao seu fechamento.
Houve ainda a proposta de envio de um ofício à Diretoria-Geral de Fiscalização (DGF) para que identifique os responsáveis pelo descarte irregular, bem como foi proposta uma reunião com a comunidade local. Procurado, o Demhab disse que publicou no Diário Oficial de Porto Alegre no último dia 24 de julho um edital de contratação de empresa para construção de habitações de interesse social.
Elas visam atender ao programa Pró-moradia para as famílias que vivem às margens do Arroio Cavalhada. O Demhab disse também que, neste primeiro momento, o edital inclui as obras dos Condomínios Tamandaré I e II, com 340 unidades habitacionais. Duas empresas se habilitaram para executar a obra e estão tendo sua documentação e propostas de execução analisadas pela Diretoria de Licitações e Contratos da Secretaria Municipal de Administração e Patrimônio (Smap).
Correio do Povo
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