Inter diminui ritmo de atualização do seu Portal da Transparência, restringindo acesso a informações

 Balancetes e dados sobre os custos do futebol referentes a 2024 não estão sendo publicados no site do próprio clube, contrariando procedimento adotado há quase uma década

Contrariando uma tendência mundial, inclusive entre clubes de futebol, o Inter está restringindo o acesso às informações sobre sua administração, especialmente aquelas sobre as questões financeiras. Os dados relativos ao balancete de 2024 não foram publicados no Portal da Transparência, que está vinculado ao site oficial do clube. Além disso, a atualização das informações sobre o “custo do futebol” foi reduzida, dificultando a comparação com períodos anteriores.

Desde 2016, o Portal da Transparência publicava os balancetes parciais, normalmente após a apresentação dos números ao Conselho Deliberativo, que ocorre três ou quatro vezes ao ano. No entanto, esse procedimento foi abandonado em 2024. A seção correspondente no Portal apresenta os números somente de 2023. Até abril, o Inter acumulou um déficit de R$ 98,6 milhões, informação divulgada pelo Correio do Povo, mas não disponível no site do clube.

Na seção “custo do futebol”, a atualização também era periódica, inclusive durante o ano corrente. Contudo, o último dado apresentado no site é de 2023, quando o Inter gastou em média R$ 16,3 milhões mensais com salários, direitos de imagem e encargos trabalhistas e previdenciários dos atletas profissionais e integrantes da comissão técnica (não apenas do grupo principal, mas de todas as categorias).

Em anos anteriores, inclusive durante a gestão de Alessandro Barcellos, os dados eram atualizados ao longo da temporada, permitindo o acompanhamento pelos torcedores. Até o momento, isso não ocorreu. A demora, inclusive, motivou a comissão permanente de transparência do Conselho Deliberativo a fazer uma solicitação formal à diretoria. “Pedimos que a alimentação dos dados volte a acontecer, mas ainda não tivemos resposta. Estamos aguardando”, afirmou a presidente da comissão, Débora Cravo Battesini.

Correio do Povo