sexta-feira, 16 de agosto de 2024

Hidrelétricas contribuem para a segurança energética

 Participantes do Fórum de Energias Renováveis ressaltaram a importância do recurso hídrico para a matriz energética brasileira



É preciso criar políticas públicas, condições regulatórias na legislação do setor e criar engenharia de financiamento que “olhe para os projetos com um olhar de aproveitamento do potencial hidráulico existente no Brasil”. Esta afirmação foi feita por Charles Lenzi, presidente da Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel), no painel do Fórum de Energias Renováveis que trata sobre o assunto, nesta quinta-feira, na PUCRS, em Porto Alegre. Ele elencou os motivos para investir e incentivar centrais hidrelétricas: menor custo de transmissão, mais eficiência energética e forte controle de impacto ambiental.

O papel dos reservatórios, em um contexto risco de grandes impactos, é estratégico para enfrentar a mudança climática, segundo ele. Um dos benefícios é a melhora da disponibilidade de água, por exemplo.

Conforme o diretor de hidrogênio da Associação Brasileira de PCHs e CGHs (Abrapch), Fábio Saldanha, é estratégico encontrar uma forma de autoproduzir energia para as fábricas de hidrogênio, que consomem muito em seu processo produtivo, representando em torno de 65% do custo operacional dos empreendimento. Na avaliação dele, as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) contribuem, porque possuem garantia física e disponibilidade de energia 24 horas por dia.

O presidente da Associação Gaúcha de Fomento às Pequenas Centrais Hidrelétricas (AGPCH), Paulo Sérgio da Silva, ressaltou que o setor de energia hídrica pode colaborar tanto nas secas, com o armazenamento de água, quanto nas cheias, regulando o recurso. Ele lembrou dos entraves que o segmento enfrenta, como deficiência de linhas de transmissão e de infraestrutura. “Os valores investidos são muito pequenos em comparação com os ganhos que o RS pode ter.”

As cooperativas na área de energia investem R$ 500 milhões por ano em subestações, equipamentos de transformação de redes monofásicas em trifásicas, novas usinas de geração de energia, incluindo hídrica, solar, biomassa e eólica, e internet rural. A informação é do superintendente da Federação das Cooperativas de Energia, Telefonia e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul (Fecoergs), José Zordan, que disse durante o evento, que a entidade realiza estudos para potencializar a atuação das cooperativas no setor.

O diretor de Hídricas do Sindienergias-RS, Roberto Zuch, ressaltou que o cenário atual é de criação de certificações e normas em relação ao hidrogênio. “Se o Brasil quer se tornar um grande exportador de hidrogênio, quem colocará as regras será o mercado consumidor. Precisamos nos preocupar em ter uma matriz, um sistema mais limpo possível.”

Nesse sentido, o mediador do painel, Ricardo Pigatto, que é coordenador do Comitê Técnico do Sindienergia-RS, encerrou o encontro afirmando que todas as fontes são necessárias. “O importante é que tenhamos qualidade e quantidade para a ter a segurança energética.”

Correio do Povo

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