segunda-feira, 12 de agosto de 2024

Feiras de artesanato na zona Sul de Porto Alegre buscam retomada após enchente

 Movimento nas feiras ainda está tímido, mas há esperança de recuperação

Retomada das Feirinhas em Ipanema. 

O domingo de Dia dos Pais começou frio, mas o tempo firme atraiu muitas pessoas para as atividades ao ar livre na Orla de Ipanema, na zona Sul da Capital. Esse movimento à beira do Guaíba tem trazido boas perspectivas para os artesãos que participam das feiras no bairro, que foi severamente afetado pela enchente histórica de maio.

Algumas calçadas ainda estão destruídas devido à enchente, e dividem espaço com os gazebos dos artesãos, que tentam recomeçar e reconquistar os clientes. Alguns expositores foram duramente atingidos e ainda não conseguiram retomar sua participação. No entanto, há esperança de recuperação do movimento.

Paula Neves, coordenadora de uma das feiras aos domingos na Orla de Ipanema, observa que muitas pessoas visitam o local para ver os danos causados pela enchente, que ainda são visíveis. Isso transformou o local em um ponto turístico, mas os danos nas calçadas dificultam o fluxo de pessoas e a instalação de mais expositores. “Infelizmente, a reconstrução está lenta, o que afeta bastante o movimento. Mas as perspectivas são boas. O movimento era grande e agora está bem reduzido, inclusive o de expositores, devido à falta de estrutura e espaço. Esperamos que até novembro tudo esteja melhor”, disse.

Retomada das Feirinhas em Ipanema. Retomada das Feirinhas em Ipanema. | Foto: Fabiano do Amaral

Marta Freitas participa de feiras desde a pandemia. Já participou de três feiras após a enchente e afirma que o movimento está aquém das expectativas e que o público ainda está optando por fazer uma reserva de dinheiro. “Depois da enchente o pessoal ainda está receoso. Está poupando o dinheiro, até mesmo para se reconstruir”, disse.

Sara Oliveira, expositora, destaca a importância das feiras para a retomada da convivência social. Ela observa que, apesar da presença constante do tema enchente nas conversas, os clientes fiéis continuam comparecendo, e novos visitantes surgem a cada domingo. “Essa troca de experiência é muito legal. É momento de retomar o contato com as pessoas. Todo mundo tem uma história de alguém que foi atingido direta ou indiretamente. Nós temos clientes fiéis, mas todo o domingo tem um público novo”, garante.

Márcia Morales, responsável pelo Brique de Ipanema, revelou que, na primeira oportunidade de tempo bom, os expositores retornaram às ruas. Ela considera que inicialmente a população parecia evitar a Orla, mas diz que há sinais de recuperação. Embora o movimento ainda seja tímido, Márcia acredita que a relação das pessoas com o Guaíba está mudando e que o fluxo de visitantes deve aumentar.

Marcia conta com 150 expositores cadastrados, mas atualmente o número de expositores está reduzido devido a troca do local de exposição por causa do risco iminente de queda de um poste. As reivindicações para a troca são antes da enchente e as condições físicas do poste só pioraram depois que ele ficou em baixo da água.

Os gazebos estão sendo colocados na frente da Casa Colaborativa do Brique, com espaço reduzido e necessidade de autorização dos vizinhos. Edson Lima, expositor há dois anos, expressou preocupação com o risco do poste cair e causar acidentes. “Meu medo é que a queda do poste possa matar alguém”, destacou.

A CEEE Equatorial informou que vai até o local, nesta segunda-feira, para a avaliação do casoA concessão destacou ainda que segue à disposição dos clientes nos canais oficiais da empresa.



Correio do Povo

Nenhum comentário:

Postar um comentário