Encontro promovido pelo projeto Varig Vive mantém presente a memória da companhia aérea nascida no Rio Grande do Sul em 1927
Não é apenas um evento comemorativo, mas também uma celebração da comunidade de entusiastas e ex-funcionários da aviação. O brilho nos olhares e os sorrisos de mulheres e homens que participaram do VarigVive Day, na noite desta quarta-feira em Porto Alegre traduzem o orgulho de quem viveu a Viação Aérea Rio-Grandense, mais conhecida pela abreviação do seu nome: Varig, ou simplesmente como a “Estrela Brasileira”.
Se estivesse em atividade, a empresa que nasceu no Rio Grande do Sul e até hoje é tida como a maior da aviação comercial na América do Sul e uma das mais importantes do mundo teria completado 97 anos em 7 de maio deste ano. Não voa mais, é verdade, mas sua história continuará presente, se depender do Projeto VarigVive. Reunidos ontem em um pub no bairro Moinhos de Vento, promoveram a terceira edição do encontro criado para exaltar a memória dos anos de ouro da empresa e da aviação gaúcha.
Originalmente, a festividade ocorreria em 4 de maio em Nova Petrópolis, cidade da Serra gaúcha escolhida pelo movimento para receber um memorial da companhia, mas acabou adiada por conta das inundações que atingiram o Estado. “Transferimos para hoje, a gente fez os dois anteriores em Nova Petrópolis, onde está o Boeing que a gente adquiriu em leilão. Criamos esta instituição, a Associação VarigVive, exatamente para resgatar e preservar o nome de uma empresa que foi referência mundial e que é nascida aqui”, destacou Oscar Bürgel, Administrador do Projeto VarigVive e ex-engenheiro de voo.
Na frente do local escolhido para celebrar a “Pioneira”, foi estacionada uma Kombi, pintada nas cores azul e branco, nos padrões usados pela companhia. Trajes de pilotos e comissários, além de maquetes de aeronaves e outros objetos de época, davam o tom da nostalgia, mas a cena que emocionou os presentes no encontro foi protagonizada por Bürgel, e pela ex-comissária de bordo Glaci Ana Specht. Ambos uniformizados, parados à porta, reproduziam uma cena clássica, tal qual as equipes de bordos recebiam seus passageiros antes de cada decolagem. Entre abraços e palavras de afeto, foi possível ver alguns olhos marejados.
“Eu voei 16 anos pela Varig. No início, alguns meses no Brasil, Nordeste e Sul. Logo em seguida fui pra linha internacional, aí fiz a Europa toda, também Estados Unidos e América Latina”, recorda a profissional, que carregava no peito o último crachá que utilizou pela empresa.
O projeto:
O VarigVive é um projeto lançado por ex-funcionários da companhia aérea gaúcha, que arremataram o Boeing 727-100 de matrícula PP-VLD da Varig em um leilão de ferro-velho e tomaram a iniciativa de criar um memorial para preservar e compartilhar a história da empresa. O empreendimento, que inclui um complexo turístico, está sendo implantado em Nova Petrópolis e, enquanto isso, alguns eventos estão sendo promovidos no local, que já conta com a presença do Boeing 727.
Correio do Povo
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