Candidata do Novo encerra série de entrevistas com vices na corrida pela prefeitura de Porto Alegre
O Correio do Povo encerra a série de entrevistas com quatro candidatos à vice-prefeitura de Porto Alegre com partidos com representação na Câmara dos Deputados. Em meia hora, a vice de Felipe Camozzaro (Novo), Raqueli Baumbach, também do Novo, revela sua trajetória como empresária do ramo da gastronomia e projeta os desafios da Capital. Betina Worm (PL), Tamyres Filgueira (PSol) e Thiago Duarte (União Brasil) já foram entrevistados.
A seguir, os principais trechos.
Quem é Raqueli Baumbach?
Tenho 60 anos, sou casada, mãe do Matheus e do Felipe. Sou empresária do ramo da gastronomia no 4º Distrito. Temos uma empresa familiar de mais de 55 anos e sofremos com a enchente. Assim como toda a população. Sou pedagoga de formação, fui professora e dona de pré-escola. Estou bem orgulhosa de estar sendo a vice do Camozzato, que já foi meu colega de candidatura para vereadora em 2016. Sou filiada ao partido desde o início no RS.
Qual é a sua trajetória no ramo da gastronomia?
Praticamente nasci dentro de um restaurante. Sou sócia há 44 anos. Tive uma escolinha no meio disso. Uma das coisas mais importantes para a população ter é educação de qualidade, que acrescenta em todos os níveis. Acabei optando pela escola da vida, que é onde me criei, no restaurante. As três gerações trabalham na empresa: meus pais, eu e meus filhos.
O restaurante chegou a ser atingido pela enchente?
Não esperávamos que a água chegasse, pois estamos distantes do rio e nosso prédio está 1,2 metro mais alto que o nível da rua. Não entrou água no restaurante, mas para chegar ficávamos com água na cintura. E como temos dois subsolos, uma adega na esquina, e sabíamos que ia entrar água… Encheu e faltou um degrau para entrar na cozinha. Mas entrou pelos bueiros - é uma falha de Porto Alegre, não existe uma contenção para não ter retorno pluvial. Ficamos 22 dias sem luz. Temos gerador, mas não podíamos ligar com risco de explosão. Perdemos os alimentos perecíveis, umas 2,5 toneladas.
Disse que era filiada ao Novo desde o início. Como foi o despertar pela política?
O Molinari (atual presidente municipal) veio falar comigo para fazer alguns eventos lá e na época (da criação do partido) me perguntou se não gostaria de ser candidata a vereadora. Eu disse que era uma pessoa dos bastidores, de fazer, não de falar. Ele me disse quais eram as diretrizes do partido e me filiei para concorrer, mas não fiz campanha nem nada. O que me interessou é que era um partido diferente, que não tinha políticos e estava começando, com muita gente jovem, com garra, querendo mudanças e que as coisas andassem.
O que pensa sobre política?
Acho que está bem difícil o que está acontecendo no âmbito federal. Tem que ter gente nova. A alternância do poder é muito importante para uma sociedade. Tem que colocar gente íntegra, que realmente queira fazer a diferença, trabalhar e não só assumir cargos públicos. O problema não é pagar impostos, é não ter retorno disso que se paga. É frustrante, parece que as coisas não andam.
Como pode contribuir como vice-prefeita?
Essa bagagem de administrar um negócio, gerenciar processos e pessoas, formar time.
Qual sua relação com Porto Alegre?
Ouço pessoas falarem que vão embora de Porto Alegre. Eu nunca pensei em sair. Gosto daqui, mas acho que faltam algumas coisas. Temos que resgatar o orgulho das pessoas de morar em Porto Alegre. Até para as pessoas transmitirem isso aos turistas que vêm para cá. Comentamos no Sindicato de Hospedagem e Alimentação de POA e Região (Sindha) dessa dificuldade dos turistas ficarem em Porto Alegre. Uma das coisas seria as pessoas falarem bem e saberem das coisas legais para fazer aqui.
Quais são os principais desafios de Porto Alegre?
Essa questão das enchentes. Tem que ter plano a curto prazo, um ano, e depois médio e longo prazo, com ajuda dos governos federal e estadual. A prefeitura tem condição de se endividar um pouco para fazer as coisas mais urgentes. Outra questão é a educação, investir na educação de base, que é uma das fases mais importantes da vida das crianças. Fazer mais parcerias público-privadas (PPPs) para vagas nas creches. Assim, mães e pais podem trabalhar tranquilos. Transporte público: a EPTC tem que ter um enfoque mais pedagógico ao invés de ficar multando e mudar o enfoque para o monitoramento de trânsito, para fluir melhor.
Quais são os principais ativos da chapa?
O Felipe é um cara que eu cada vez admiro mais. Tenho acompanhado ele e fico absorvendo tudo que ele sabe porque ele fala de todos os tópicos com muita propriedade. Talvez eu vá na carona dele, fazendo minha parte no setor de educação, falando sobre a violência contra a mulher, etc.
Caso eleita e, daqui a quatro anos quando sair uma matéria no Correio do Povo sobre como foi a gestão, o que gostaria de ler na manchete?
Talvez que a gente tenha, assim como o prefeito e a vice de Joinville estão concorrendo à reeleição e estão com 93% de aprovação… que tenhamos uma aprovação tão alta quanto.
Correio do Povo
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